1 ano após tragédia

Barragens de contenção e 150 casas; veja os investimentos anunciados para Mimoso

Um ano após enchente que devastou a cidade de Mimoso do Sul, governo fala sobre ações para evitar novos desastres

Barragens de contenção e 150 casas; veja os investimentos anunciados para Mimoso

Um ano após uma das maiores enchentes já registradas na história da cidade e do Espírito Santo, Mimoso do Sul, na região Sul do Estado, recebeu o anúncio de uma série de investimentos para ajudar a impedir que tragédias semelhantes voltem a acontecer ou para mitigar impactos de eventos climáticos extremos.

Dentre as medidas mais esperadas está a construção de barragens de contenção no município, que serão utilizadas para evitar que perdas tão significativas quanto no ano passado voltem a acontecer.

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O governador em exercício do Estado, Ricardo Ferraço, esteve no município nesta segunda-feira (24) e destacou que o projeto de engenharia das barragens já se encontra na reta final.

Nós estamos na fase final do projeto de engenharia. Se nós tivéssemos essa barragem concluída lá atrás, em lugar do nível de água chegar a 9 metros, os técnicos indicam que ficaria no máximo em 2 metros. São muitos os esforços de reconstrução, disse.

Ainda segundo Ferraço, durante o período que sucedeu à tragédia, houve outros investimentos para a revitalização do município, como a reconstrução de ruas e avenidas, assim como o início do desassoreamento do rio Muqui do Sul.

Além disso, houve investimentos econômicos aos moradores da cidade, como a concessão de crédito a micro e pequenos empreendedores.

Ricardo Ferraço em Mimoso do Sul
Ricardo Ferraço em Mimoso do Sul. Foto: Mateus Fonseca/Governo-ES

“Um ano após a tragédia, Mimoso do Sul ainda carrega marcas de destruição, mas também sinais claros de resiliência e superação. Há um ano, vivemos momentos difíceis, com a perda de vidas e uma população desanimada, sem saber como seguir adiante. Hoje, vejo que a união e o trabalho conjunto da comunidade, prefeitura, governo do Estado e de diversas entidades foram fundamentais para a recuperação”, afirmou o governador em exercício.

Projeto deve ser entregue em abril

De acordo com Leonardo Ferreira da Silva, diretor de Proteção e Defesa Civil de Mimoso do Sul, o projeto das barragens deve ser entregue, no mais tardar, ao final de abril ou início de maio. A expectativa é que a licitação seja aprovada até o fim do segundo semestre.

Thiago Soares/Folha Vitória

“Já estamos em fase final de uma obra que o Estado está nos contemplando, junto com o prefeito, Defesa Civil, e todos os envolvidos, em fase de finalização do projeto. Segundo a Sedurb, Agerh e DER, se tudo correr bem, o projeto será entregue no final de abril ou início de maio. Com o projeto pronto, será a hora de contratação da empresa, o mais rápido possível”, afirmou.

O diretor explicou ainda que atualmente acontece o processo de dragagem urbana do rio Muqui do Sul e dos córregos Serra, Santa Marta e Belo Monte. Ainda segundo ele, não há mais desalojados no município.

“Obra vai mudar vidas”, diz prefeito

O prefeito de Mimoso do Sul, Peter Nogueira da Costa, agradeceu a presença do governador em exercício no município na solenidade que marcou 1 ano da tragédia com as chuvas.

Nogueira avaliou que a obra das barragens é complexa, por se tratar de um empreendimento de grande porte, e é necessário tempo para que o projeto seja contemplado.

A gente não consegue começar um projeto de barragem com curto espaço de tempo. Uma barragem seca, que vai prender cerca de 400, 500 milhões de metros cúbicos de água. Então, não é um projetinho, é um projeto que vai mudar a vida de uma cidade. A empresa ficou em Mimoso mais de 6 meses, fazendo topografia da água, fazendo todo o estudo

Construção de casas populares

Além das barragens, há a previsão de construção de 150 casas populares no município. Atualmente, ainda não há edital para a escolha das áreas onde os imóveis serão construídos.

De acordo com a gerente da vigilância socioassistencial do município, Alana Gomes Fernandes, 16 famílias atigidas há um ano pelas chuvas seguem no aluguel social.

O programa de aluguel social funciona da seguinte forma: pessoas que perderam suas casas têm direito a receber aluguel provisório pago pelo município.

Geralmente, o aluguel social é destinado a famílias em vulnerabilidade, que perderam além das casas, móveis e outros bens por conta da tragédia.

Tragédia: 18 mortos e mais de 13 mil atingidos

Na época da enchente, 2.500 casas foram atingidas, o que afetou 13,2 mil pessoas. Outros 100 moradores ficaram desabrigados. Além disso, 18 pessoas morreram e uma segue desaparecida.

“Jamais imaginei que pudesse viver isso, foi muito difícil. A gente está na linha de frente, então tem que agir racionalmente. Sem apoio a gente não consegue nada e com isso conseguimos estar aqui hoje. Contabilizamos muitas vitórias”, relatou Fernandes.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.