Descobrir o Corredor de Biodiversidade de Aracruz foi como abrir um livro cheio de histórias escritas pela Mata Atlântica, pelos manguezais, praias e por quem vive nessa terra. Pessoas e animais!
Durante cinco dias intensos, eu e a equipe do Instituto Últimos Refúgios fizemos uma visita técnica, em parceria com a Prefeitura de Aracruz, para conhecermos as lindas paisagens, biodiversidade e cultura de Aracruz-ES, desde praias banhadas pelo Atlântico até aldeias indígenas que guardam tradições de tempos passados.
A equipe do Instituto Últimos Refúgios realiza visita técnica em Aracruz para documentar a biodiversidade local. | Fotos: Leonardo Merçon e Raphael Gaspar/Instituto Últimos Refúgios
O projeto “Corredor de Biodiversidade de Aracruz” tem o objetivo de valorizar e fomentar atividades culturais e econômicas sustentáveis no Município, baseado nos conceitos da Economia Verde e da Economia Azul. Incluindo a observação da natureza e a ciência cidadã.
Conexão com a natureza e com as pessoas
Localizado no litoral norte do Espírito Santo, o município de Aracruz é guardião de uma impressionante diversidade de ambientes, que vão desde a Mata Atlântica a manguezais e praias com suas restingas e costões rochosos.
O Corredor de Biodiversidade de Aracruz é um mosaico natural, onde espécies da fauna e flora encontram abrigo e as comunidades locais mantêm vivas suas tradições.
Foco em áreas prioritárias
Durante uma visita técnica de cinco dias, foram mapeados pontos prioritários que compõem esse corredor. Para otimizar o pouco tempo que estivemos na região (ao menos nesse primeiro momento), foi necessário selecionar áreas que nos dariam “recortes” de conhecimento sobre a região.
Unidades de conservação como o Parque Natural Municipal do Aricanga Waldemar Devens e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim, bem como um dos costões rochosos mais ricos em biodiversidade que já vi, em especial o em frente a Estação Biológica Augusto Ruschi e a Praia da Biologia, demonstram o grande potencial desses remanescentes de Mata Atlântica, manguezais e áreas costeiras.
Aldeias indígenas e herança cultural
Aracruz também se destaca por abrigar comunidades Guarani e Tupiniquim, cujas relações com recursos naturais simbolizam a busca de um equilibrio entre cultura e meio ambiente.
O rio Piraquê-Açu, por exemplo, é um elo que conecta comunidades e fortalece os laços com a história local.
Além disso, as aldeias se mostram espaços de turismo de base comunitária, oferecendo roteiros culturais que valorizam o modo de vida indígena, a conexão com a natureza e fortalecem a identidade dos povos originários.
Mar, estuário e manguezal
Do azul do mar misturando-se às águas calmas dos rios no estuário, Aracruz surpreende com ambientes costeiros que abrigam tartarugas marinhas, peixes diversos e até crustáceos ameaçados de extinção, como o goiamum.
O surgimento de filhotes de tartaruga-cabeçuda ao longo das praias, que inclusive nos presentearam com um incomum nascimento durante o dia, e em meio a dezenas de turistas empolgados, demonstra a importância de áreas protegidas, garantindo que as futuras gerações possam conhecer esse espetáculo natural.
Em contrapartida, o cenário do manguezal morto no Piraquê-açú-mirim lembra que a ação humana e eventos climáticos extremos podem desequilibrar o ambiente.
Recuperar essas áreas significa permitir a perpetuídade de espécies-chave e manter a funcionalidade de ecossistemas frágeis.
Um caminho para o futuro
As conversas com os locais e visitas à áreas naturais remanescentes, realizadas ao longo da visita técnica evidenciam o entusiasmo das comunidades, dos gestores públicos e dos especialistas na criação de materiais educativos e na promoção de iniciativas sustentáveis.
A ideia para este projeto é produzir mais um dos livros fotográficos do Instituto Últimos Refúgios, bem como os produtos culturais que acompanhamo uma produção desse porte. Reportagens, ações de educação ambiental, ciência cidadã, produção audiovisual e eventos de engajamento que despertem o sentimento de orgulho pela região fazem parte da iniciativa.
Valorizando as riquezas naturais de Aracruz e integrando a participação dos moradores, o Corredor de Biodiversidade pode tornar-se um modelo de conservação que prioriza não só o meio ambiente, mas também o desenvolvimento socioeconômico responsável. Por isso é preciso dar força para as iniciativas e pessoas que pretendem seguir nessa direção.
Aracruz: destino de diversidade em harmonia
Essa mescla de mar, praia, floresta, restinga, mangue e cultura transforma Aracruz em um destino capaz de surpreender aqueles que buscam contato autêntico com a natureza e a cultura brasileira.
São praias eleitas entre as melhores do Brasil, rios pulsantes, aldeias indígenas e um povo acolhedor que carregam consigo as marcas de uma história longa, rica em manifestações folclóricas, artesanato e gastronomia.
A visita técnica ao Corredor de Biodiversidade de Aracruz culminou em inúmeras fotografias que eternizam momentos, mas o maior legado é o alerta sobre a importância de ações responsáveis.
Proteger esse corredor é garantia da continuidade de ciclos naturais, a preservação de culturas locais e a saúde de ecossistemas que sustentam a vida.
Este projeto é um esforço do Instituto Últimos Refúgios em parceria com a Prefeitura de Aracruz para valorizar o Corredor de Vida de ARACRUZ, no Espírito Santo – Brasil. A visita técnica contou com também com o apoio do SESC-Aracruz.
A criação de material cultural tem o objetivo de valorizar e fomentar atividades culturais e econômicas sustentáveis no Município de Aracruz, baseados nos conceitos da Economia Verde e da Economia Azul. Inclusive a observação da natureza e a ciência cidadã.
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Espero que tenham gostado desta história. Te vejo na próxima aventura!