Onda de calor

Escolas de Vitória são até 3,5 °C mais quentes do que as ruas, diz pesquisa

Levantamento analisou 155 escolas. Dessas, 91% têm pelo menos 1 °C acima da temperatura externa

Foto: Freepik
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O calor intenso tem afetado a rotina de moradores do Espírito Santo e os impactos são sentidos em amplas áreas, e a educação é uma delas! Uma pesquisa mostrou que as escolas localizadas em Vitória são até 3,5º C mais quente do que as áreas externas, ruas, por exemplo.

O levantamento foi realizado pelo MapBiomas, a partir de perguntas do Instituto Alana e analisando 155 escolas de Vitória. Desse total, 49,7% estão em locais onde o desvio da temperatura é de pelo menos 3,57 °C acima da média urbana.

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Além disso, é destacado que 64% das escolas do país estão em territórios a pelo menos 1 °C acima da média de temperatura do perímetro urbano das respectivas capitais. Em Vitória, 91% registraram pelo menos 1 °C acima da temperatura externa.

Durante a apresentação do levantamento, os pesquisadores JP Amaral e Maria Isabel Amando de Barros, do Instituto Alana, também destacam que, por serem mais vulneráveis, as crianças podem ter impactos significativos com o calor.

As crianças são especialmente vulneráveis ao calor extremo, que pode ter impactos duradouros em sua saúde e desenvolvimento, incluindo perdas de aprendizagem, baixa qualidade do sono e efeitos negativos para a saúde mental e o comportamento, descrevem os pesquisadores.

No estudo, o instituto não apresenta apenas os problemas, mas também mostra possíveis recomendações para serem realizadas pelos gestores municipais.

São alguns exemplos:

  • Planejar a infraestrutura de novas escolas e a reforma de escolas já existentes priorizando o conforto térmico, por meio de pavimentos “frios”, telhados com superfície branca, reflexiva ou permeável;
  • Aumentar o plantio de árvores e florestas urbanas para incrementar as áreas de sombra e favorecer o uso de espaços abertos para o aprendizado;
  • Adaptar a organização, as rotinas e o tempo escolar para que as atividades ao ar livre ocorram nos horários mais frescos do dia ou sob a sombra para maximizar a atividade física, o conforto e a segurança dos estudantes.

Pais reclamam da falta de ar-condicionado em escola de Vitória

Para os estudantes, que passam horas dentro das salas de aula, estar em ambiente bem climatizado deveria ser regra.

Mas relatos de calor extremo, principalmente nesse momento de onda de calor, estão corriqueiros. Alunos e pais da Escola Estadual de Ensino Médio Professor Renato Pacheco, em Jardim Camburi, em Vitória, por exemplo, se queixam de que os aparelhos de ar-condicionado do colégio não estão funcionando.

Com a temperatura a quase 40 °C, eles dizem que está impossível ficam em sala de aula. Além disso, segundo os alunos, alguns dos ventiladores instalados nas salas de aula também não funcionam, o que deixa a situação ainda mais difícil.

Por nota, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) afirmou que a equipe de engenharia já tomou medidas para normalizar a situação.

De acordo com a secretaria, a ativação dos aparelhos de ar-condicionado depende apenas da visita técnica da EDP, concessionária de energia, para realizar a ligação da nova subestação da escola.

“As aulas seguem normalmente. Ventiladores de teto auxiliam na ventilação, até a conclusão dos serviços. Vale reforçar que a equipe técnica da Sedu acompanha de perto o processo, para que a situação seja resolvida o mais rápido possível”, afirmou a Sedu por nota.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória