Cotidiano

Filhotes de ave silvestre rara nascem em reserva no ES; veja vídeo

A saíra-apunhalada é a única ave exclusiva do Espírito Santo e são conhecidos apenas 20 exemplares vivos na natureza

saíra-apunhalada
Foto: Tatiana Pongilupi

Três filhotes de saíra-apunhalada nasceram na Reserva Kaetés, localizada em Castelo, no Sul do Espírito Santo. A ave silvestre é considerada rara, pois são conhecidos menos de 20 exemplares dela vivos na natureza.

A descoberta foi feita pela equipe do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada, que encontrou um banco com três filhotes e três adultos no local.

Os pesquisadores se emocionaram com esses nascimentos. Para eles, isso representa um grande passo para a manutenção e crescimento da população.

“Estávamos monitorando apenas dois indivíduos naquele ponto da reserva e foi uma grata surpresa encontrarmos seis deles, inclusive um pássaro alimentando outro. O sentimento é de que o trabalho pesado valeu a pena”, relata Victor Vale, supervisor do programa. 

Segundo os pesquisadores, os filhotes nasceram na temporada reprodutiva 2024-25 que começou em setembro e vai até março deste ano.

Saíra-apunhalada

A saíra-apunhalada é a única ave exclusiva do Espírito Santo e é considerada criticamente ameaçada de extinção globalmente.

Desde 2020 o Instituto Marcos Daniel desenvolve um programa de conservação para promover a proteção, monitoramento e aumento populacional da espécie, além de ações de educação ambiental e engajamento comunitário.

“Promover o sucesso da reprodução da saíra-apunhalada na natureza e a proteção do seu habitat natural são as únicas formas viáveis atualmente para evitar a extinção da espécie. O nascimento e a sobrevivência de filhotes devem ser comemorados pois são o principal resultado de todo o investimento e trabalho coletivo pela sua conservação”, completou Marcelo Renan Santos, Coordenador do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada.

Reserva de Kaetés

A RPPN Reserva de Kaetés, do Instituto Marcos Daniel, foi estabelecida para a proteção do ambiente dessa espécie ameaçada e, com seus quase 700 hectares, protege outras importantes espécies ameaçadas da Mata Atlântica.

Dentre essas espécies, 22 estão ameaçadas de extinção, incluindo o sagui-da-serra-claro (Callithrix flaviceps), o bagrinho-de-caetés (Trichogenes claviger), a uruçu-capixaba (Melipona capixaba), a preguiça-de-coleira-do-sudeste (Bradypus crinitus) e a araponga (Procnias nudicollis).