
Após um terreno, em Vila Velha, adquirido pela Igreja Missão Praia da Costa ter gerado impasse entre o governo estadual e o líder da congregação, Pastor Simonton Araújo, a regularização da área foi anunciada em uma cerimônia realizada pelo governador Renato Casagrande, vice-almirante Lobo, comandante do Distrito Naval, dentre outras autoridades na última quinta-feira (03).
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O governador compareceu ao culto do último domingo (06), que também foi transmitido pelo canal da igreja, para dar a notícia ao lado do pastor.
Ao convidar o governador para subir ao palco, o pastor afirmou que ele foi o responsável por garantir que a transação fosse formalizada.
Quero que a igreja reconheça, independente do partido, independente de você gostar dele ou não, que ele fez o impossível e que não precisava fazer, para que nós pudéssemos ter essa vaga aqui.
Terreno na Praia da Costa: outra área oferecida à Marinha
Casagrande, ao falar para os fiéis, explicou que a situação foi resolvida após outro terreno em Vila Velha ser desmembrado e oferecido à Marinha para que a área em Sítio Ribeiro fosse desembargada.
“Nós quisemos tramitar este processo na semana passada a jato, para que eu pudesse estar aqui hoje anunciando para vocês este documento assinado. Para nós, quem é cristão, quem acredita em Deus, ver o trabalho que a Missão realiza no nosso Estado é de nos encher de orgulho”.
O governador ainda reforçou que toda a situação não teve um culpado e que, desde o início, tentaram solucionar o problema. “O pastor comprou de boa-fé e eu vendi de boa-fé”, afirmou.
Ainda durante o culto, o pastor apresentou o projeto que será construído no terreno de 300 metros quadrados. A igreja irá construir um estacionamento com capacidade para 200 veículos, mas a obra não tem data para ser entregue.
A interação amistosa entre o governador e o pastor encerrou um impasse que também foi iniciado em um outro culto, no palco da Missão Praia da Costa.
Relembre a polêmica
Em dezembro de 2024, durante um culto dominical, o pastor Simonton Araújo acusou Casagrande de vender um terreno para a instituição com uma escritura fraudulenta. “Nós não admitimos que um governo roube o dinheiro da igreja”, declarou o líder religioso na data.
Na época, o governo estadual rebateu a denúncia, afirmando que o terreno seria do Estado há três décadas, mas que o mesmo havia sido reivindicado pela União.
Em nota ao Folha Vitória, em nome da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), o governo afirmou que a acusação não procedia.
“A venda do terreno à Igreja Missão foi feita de forma legal, mas a União reivindicou a posse do imóvel. Embora o Estado entenda que é o legítimo proprietário, para evitar um longo processo judicial, está negociando com a Advocacia-Geral da União (AGU) uma solução consensual”, informou a nota.
Alguns dias depois, durante um novo culto de domingo, o pastor se retratou de suas falas e pediu desculpas às autoridades ofendidas.
“Não era para eu ter feito isso. Não é um papel de cristão. ‘Pastor, fizeram pressão ou medo?’ Não. O Espírito Santo moveu meu coração. Uma hora da manhã no domingo passado, eu estava escrevendo para o prefeito e para o governador, dizendo que não devia ter feito. Eu pequei. Me senti mal, porque não fui feito para condenar ninguém. Errei e saí mal“, relatou aos fiéis.