Cotidiano

Tribunal de Contas alerta que obra do Cais das Artes deve atrasar e cobra agilidade

Até setembro de 2024, a reforma do espaço tinha que estar 17,27% concluída, mas só havia 4,83% dos trabalhos realizados, diz relatório

Imagem mostra o Cais das Artes visto do mar (Foto: Pedro Permuy)
Imagem mostra o Cais das Artes visto do mar (Foto: Pedro Permuy)

O Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) determinou que o governo do Estado, por meio do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), reduza os atrasos nas obras do Cais das Artes, retomadas em 2023.

De acordo com o órgão, a obra na Enseada do Suá, Vitória, está atrasada. Até setembro de 2024, a reforma tinha que estar 17,27% concluída, mas o consórcio responsável só havia realizado 4,83% dos trabalhos.

Andrade Valladares – Topus é a mesma empresa que já executava o projeto até a sua paralisação, em 2015.

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Com as obras andando mais devagar do que o esperado, os conselheiros do TCE-ES fizeram quatro determinações:

  1. O DER deve estabelecer prazos para início da atuação da Coordenação Executiva de Obras Estruturantes e Prioritárias, que seria capaz e suficiente para atender a necessidade de aceleração do ritmo da obra. A autarquia também deve informar ao Tribunal quais os resultados esperados desta Coordenação e de que forma ela auxiliará na mitigação dos atrasos verificados.
  2. Os próximos relatórios técnicos dos auditores do TCE-ES devem incluir a análise detalhada da execução orçamentária, avaliando os montantes empenhados, liquidados e pagos, e sua aderência ao cronograma físico-financeiro.
  3. Os relatórios realizados pela equipe devem ser feitos de forma trimestral. Em 2024, os auditores do TCE-ES passaram a fazer um acompanhamento da obra em tempo real, mas, apenas um relatório foi apresentado pela equipe ao relator.
  4. A última determinação é para que o Consórcio Andrade Valladares – Topus – Cais das Artes seja notificado e, caso queira, manifeste-se em até 15 dias sobre esta decisão.

Segundo o relator do processo, conselheiro Davi Diniz, “o acompanhamento orçamentário é uma peça fundamental para compreender se os recursos estão sendo aplicados de forma eficiente e se os gastos realizados guardam aderência com o planejamento inicial e os ajustes pactuados no acordo judicial”.

Prazo de conclusão da obra é em janeiro de 2026

O acórdão do processo foi publicado nesta segunda-feira (17) e definiu que o DER vai arcar com os custos dos retrabalhos que serão necessários devido à paralisação de obra desde 2015, com a recuperação das estruturas existentes.

A negociação pactuou, porém, que esse valor não poderá ultrapassar R$ 20.622.193,83. Caso superem esse montante, os custos de recuperação deverão ser arcados pelo consórcio.

Pelo cronograma, a obra deve ser concluída em um prazo de 30 meses, em 5 de janeiro de 2026. A previsão é que o consórcio receba um investimento de mais R$ 163 milhões para o término do empreendimento neste período.

O projeto original do complexo cultural Cais das Artes prevê um teatro com 600 metros quadrados, que deve comportar 1,3 mil lugares, e um museu com espaço de 2,3 mil metros quadrados.

Além disso, o espaço deve contar com um auditório para 225 pessoas, salas de exposições, biblioteca, cantina, recepção, cafeteria e espaços para espetáculos e exposições ao ar livre.

No início deste ano, em entrevista ao colunista Pedro Permuy, do Folha Vitória, o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, declarou que a mega obra do Cais das Artes, que começou em 2010, seria entregue em até 11 meses, “ainda” neste 2025, com previsão de término em dezembro.

Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze Repórter
Repórter
Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).