Cotidiano

Vaticano diz que IA tem "sombra do mal" e alerta sobre "substituto para Deus"

Documento divulgado pelo Vaticano alerta que IA pode ampliar desigualdades e desinformação e pede atenção aos governos

Vaticano divulgou texto com alertas a respeito do uso de IA. Foto: Reprodução/ Pexels
Vaticano divulgou texto com alertas a respeito do uso de IA. Foto: Reprodução/ Pexels

O Vaticano se posicionou nesta terça-feira (28) sobre o uso de Inteligência Artificial. Segundo o texto escrito por dois departamentos do Vaticano e aprovado pelo papa Francisco, essa tecnologia é a “sombra do mal” e os governos devem ficar atentos.

O texto “Antiga e nova: Nota sobre a relação entre inteligência artificial e inteligência humana” foi escrito a partir de reflexões do Papa Francisco sobre o uso de IA. Nos últimos anos, o Papa tem criticado a ferramenta.

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Vários pontos são abordados pelo Vaticano no pronunciamento, como a propagação de desinformação e a ampliação da desigualdade que a tecnologia pode causar.

Como qualquer produto da engenhosidade humana, a IA pode ser dirigida a fins positivos ou negativos“, diz o texto.

No entanto, como em todos os âmbitos onde os seres humanos são chamados a decidir, aqui também se estende a sombra do mal, ressalta o Vaticano, alertando para os problemas da IA.

O Vaticano disse para os governos ficarem atentos em relação à tecnologia. O texto destaca que ela deve ser usada como um complemento à inteligência humana e não um substituto.

Também alertou para a ampliação da desigualdade do acesso à IA, dizendo que isso pode agravar o “abismo digital”.

“É sabido que os atuais programas de IA podem fornecer informações distorcidas ou fabricadas, induzindo estudantes a confiar em conteúdos inexatos. Deste modo, existe o risco não apenas de legitimar fake news ou fortalecer a vantagem de uma cultura dominante, mas também de minar o processo educativo”, aponta o documento a respeito da desinformação.

O texto foi publicado pelos dicastérios do Vaticano para a Doutrina da Fé e para a Educação e Cultura. Ele alerta para que os seres humanos não se tornem “escravos da própria obra” e para os riscos de buscar um “substituto para Deus”.

*Com informações do Terra