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25 anos após o lançamento, Fernanda Montenegro fala sobre Central do Brasil em entrevista

Em 2023, o filme Central do Brasil completa 25 anos de lançamento. Para comemorar a data, Fernanda Montenegro, deu uma entrevista para Simone Zucolotto, do Canal Brasil. A atriz contou como foi a gravação do filme e também sobre como o longa se tornou, surpreendentemente, um clássico do cinema brasileiro. Foi esse o filme que rendeu para a artista uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Na sinopse do filme, Dora, interpretada por Fernanda, é uma amargurada ex-professora, que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas que ditam o que querem contar às suas famílias. Ela embolsa o dinheiro sem sequer postar as cartas. Um dia, Josué, o filho de nove anos de idade de uma de suas clientes, acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente de ônibus. Ela reluta em cuidar do menino, mas se junta a ele em uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do pai de Josué, que ele nunca conheceu.

– Foi um filme de produção pequena, modesto, nada buscando ser enorme. Mas o acaso tem sempre a última palavra, isso é uma frase básica da Simone de Beauvoir, e o acaso fez esse filme ir pelo mundo. E onde ele foi, ele foi bem recebido.

A atriz revelou como a personagem foi uma surpresa em sua carreira. Fernanda sempre interpretou filmes que tratavam o personagem feminino como referência e foi convidada para dar vida a uma mulher tão forte.

– O nosso cinema, mais contemporâneo, é muito sobre o homem, sobre a atitude do homem, do líder, do chefe, do que ganha ou do que perde… mas por uma coincidência estranha, eu fiz esse filme onde a mulher tem uma posição muito presente e consequente no desenvolver do roteiro e da qualidade humanista e social do ser mulher. Esse é um personagem lindo, porque eu sou do tempo em que ser normalista, pra mulher, era um ato de grande afirmação social, do feminino. É um personagem muito rico.