Aguinaldo Silva voltou à tona com a polêmica envolvendo o caso de assédio envolvendo o ator José Mayer, que foi afastado da Globo após o episódio envolvendo a figurinista Su Tonani. Em entrevista ao colunista Bruno Astuto, o autor explicou que criou um personagem para Mayer na novela O Sétimo Guardião, mas terá que ser prático na história, uma vez que o ator não poderá interpretar o papel, sendo substituído por outro ator, além de demonstrar estar sentido com o fato de José Mayer ter sido crucificado pelo erro:
– Nos conhecemos há muitos anos, ele estreou em Bandidos da falange, obra minha. Desde então, fez quase todas as minhas novelas. Neste momento de radicalismo e necessidade de crucificar alguém, erraram por não levar em conta muito do que o Zé nos deu de positivo. Ele cometeu ou pode ter cometido um erro, um erro grave. Mas atire a primeira pedra quem não errou, principalmente no nosso ambiente.
Para o autor de novelas da Globo, as pessoas foram muito duras com José Mayer, e que sem sombra de dúvidas voltaria a trabalhar com ele:
– Sempre, é um grande ator. Todos foram muito duros com ele. E o fato de a moça ter se recusado a prosseguir legalmente com a história é uma coisa muito cruel da parte dela. Com isso, a história se encerra no que ela falou. Escrevi o papel para o Zé, não consigo ver outro ator nele. Mas tenho de ser objetivo nessas coisas. Pensei no Humberto Martins. Que falta o Domingos Montagner faz.
Ao 74 anos de idade e 40 anos de carreira, Aguinaldo falou sobre a ideia de se aposentar após o fim da trama, que irá ao ar apenas em maio de 2018:
– Você se mata mil vezes quando faz novela. Escrever novela não é só um ato intelectual, é um ato físico. Vai chegar uma hora em que vou ter de parar, porque os pés incham, os dedos ficam dormentes, é uma questão de idade, de resistência física mesmo. A cada uma que escrevo, penso: É a última, chega. E depois da palavra “fim”, você percebe que aqueles personagens que ficaram tão íntimos seus todos os dias foram embora e não voltam mais. Você se dá conta de que gosta de viver naquele mundo. Daí penso: Ah, talvez escreva só mais uma. E assim se passaram 40 anos.