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Lorena Comparato avalia: "É muito comum ver as mulheres apenas servindo de escada para personagens masculinos"

A atriz comentou sobre sua participação na série 'Homens?'

Foto: Reprodução / Instagram

Lorena Comparato foi um dos grandes nomes da primeira temporada de Homens?, que traz discussões sobre machismo de uma forma bastante cômica e necessária para os dias de hoje. Vivendo uma profissional do sexo, ela tem cenas memoráveis com Fábio Porchat no seriado, ator principal da produção, assim como roteirista do projeto.

Com a estreia da segunda temporada da atração, Lorena continua aparecendo na série, com um pouco menos de destaque, mas com reflexões igualmente importantes. Em entrevista, a atriz mostrou que essas reflexões não ficam apenas para quando está gravando, mas também em todos os momentos da produção e execução do seriado.

A atriz comentou sua preparação para o papel:

Em todos os meus trabalhos eu gosto de fazer uma pesquisa intensa e preparação antes de começar as leituras e principalmente antes das filmagens. Para esse papel eu estudei muito, de várias formas diferentes. Após algumas leituras de livros de trabalhadoras do sexo e de alguns fóruns online, tive o prazer de ter como consultora uma trabalhadora do sexo que me ajudou muito a entender várias perspectivas e pensamentos que embasaram a Tainá. O Fábio Porchat também me acompanhou em uma casa de sexo no Rio de Janeiro pra gente conversar com as meninas e entender algumas dinâmicas e vivências dessa profissão. O engraçado foi que a maioria das casas não aceitavam mulheres, foi bem difícil conseguir uma que aceitasse. É bem machista esse mercado, infelizmente, pois no geral objetifica a mulher e não tem a versão para as mulheres de nada. Até colocamos isso no texto da série: não tem puteiro pra mulher.

Sobre sua experiência ao gravar uma série com grande parte do elenco masculino e abordando assuntos ligados aos homens, Lorena disse:

Foi muito bom ter gravado essa série. Sinto que aprendi muito, principalmente que temos muito a mudar e a fazer para ter um mundo mais equilibrado. Curto muito o fato do nome da série ter um ponto de interrogação, pois realmente ela tem um lugar de questionar os homens hoje em dia. O Fábio como roteirista chefe dá muito espaço para nós atores e atrizes dividirmos com ele e pensarmos juntos falas e ações que sejam coerentes com o momento que estamos vivendo e com os nosso posicionamentos pessoais, se fazem sentido para a série, claro. Então, mesmo sendo uma mulher, dentre vários homens, me senti bem. É claro que quando tive cenas com outras mulheres – e nessa segunda temporada que vi uma presença feminina maior na equipe -, me deu mais prazer. A gente sempre se divertiu muito e o fato da série ter um elenco de grande parte masculina e abordando assuntos masculinos, para os homens não só mantém a dinâmica machista do mercado, mas também alcança MUITA gente e passa adiante ensinamentos de uma forma não didática de como realmente as coisas mudaram. Acho a série universal.

A artista aproveitou para adiantar alguns detalhes da segunda temporada:

Com o crescimento da personagem da Giselle Batista e a entrada da personagem da Lua as mulheres podem sim ter ganhado mais luz nessa temporada. Torço para uma terceira temporada, para Tainá voltar com tudo e para saber o que acontece, pois eu como espectadora quero muito saber o que vai acontecer com a personagem da maravilhosa Miá Mello.