A Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Goiabeiras, em Vitória, recebe uma exposição de artistas neurodivergentes até o dia 30 de abril. A atração é aberta ao público e pode ser visitada gratuitamente de segunda a sexta, das 7h às 21h.
A exposição “Olhar Neurodiverso” exibe dez obras de seis artistas organizados no “Coletivo Atipicamente” com condições neurológicas como autismo, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e dislexia.
LEIA TAMBÉM:
Novo Teatro Carlos Gomes ganha cafeteria e será inaugurado neste ano
Cores quentes são a tendência na decoração do outono
José Carlos Vilar faz exposição gratuita com esculturas em aço em Vitória
A mostra apresenta pinturas, desenhos, instalações e esculturas e destaca o poder criativo das pessoas neurodivergentes. As obras promovem a conscientização sobre os desafios e as possibilidades desse grupo.
“A ideia é dar voz a pessoas neurodivergentes para que, por meio das obras, elas falem como se sentem e como a sociedade as trata. Por essas pessoas não mostrarem deficiências aparentes, é mais difícil que a sociedade acredite nelas”, explica a produtora cultural da mostra, Déborah Corrêa.
Déborah foi a criadora do Coletivo Atipicamente. Ela via poucas oportunidades para artistas neurodivergentes na universidade e criou o grupo para que a neurodivergência fosse abordada nos ambientes universitários.
A exposição Olhar Neurodiverso contou com a curadoria da servidora da Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu), Angelica Reckel, que destacou que a exposição pode consolidar esses artistas no ramo e abrir portas para novos.
“A exposição surge do desejo dos artistas de um reconhecimento e também da resposta de uma pergunta que ouvi: ‘onde estão essas pessoas neurodivergentes dentro do mundo universitário?'”, afirma Reckel.
O artista Rubens Barcellos expõe uma obra sua pela primeira vez. Ele destacou que a exposição proporcionou liberdade aos artistas na produção das obras e deu oportunidade e visibilidade para esse grupo.
“É importante para nós que as pessoas saibam que somos neurodivergentes e que isso não diminui em nada a nossa capacidade artística. Queremos oferecer um abrigo para aqueles que se sentem intimidados pela sua neurodivergência e mostrar que eles têm um grupo onde podem ser acolhidos”, comenta Barcellos.
Este é o terceiro local em que as obras do Olhar Neurodiverso são exibidas no Espírito Santo. A exposição já passou pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) da Serra e pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em Vitória.
Na Ufes, as visitas mediadas podem ser agendadas entrando em contato com o e-mail [email protected].
Estagiário
Cursando Jornalismo na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
