Arte

Arte aborígene no MASP

Se destacam os trabalhos de povos aborígines da Austrália, sob curadoria de Bruce Johnson-McLean. O curador escolheu trabalhos de indígenas da região de Papunya, desenvolvidos a partir da década de 1970 por incentivo de um professor de ensino médio que convidou seus alunos a criarem murais baseados nas histórias aborígenes.

Imagem da exposição "Histórias Indígenas",  no MASP, por Hugo Fortes.
Imagem da exposição "Histórias Indígenas", no MASP, por Hugo Fortes.

Até 25 de fevereiro de 2024 o MASP – Museu de Arte de São Paulo exibe a exposição Histórias Indígenas, que reúne uma parte da produção artística de povos originários da América do Sul e do Norte, Oceania e Escandinávia. Sete curadores elaboraram propostas bastante diversas, fazendo com que tenhamos pequenas exposições em uma mostra bastante heterogênea. A grande diversidade de povos pertencentes a diferentes realidades e períodos históricos, reunidos sob o conceito de indígena, leva-nos a perguntar se este conceito não estaria de alguma forma reduzindo a produção artística destes indivíduos, apagando suas particularidades.  Alguns curadores optaram por mesclar obras históricas e contemporâneas, em um resultado às vezes bastante irregular. Outros concentraram-se na produção de um grupo específico de indígenas, produzindo um conjunto mais potente.

Se destacam os trabalhos de povos aborígines da Austrália, sob curadoria de Bruce Johnson-McLean. O curador escolheu trabalhos de indígenas da região de Papunya, desenvolvidos a partir da década de 1970 por incentivo de um professor de ensino médio que convidou seus alunos a criarem murais baseados nas histórias aborígenes. Com a adesão de vários membros da comunidade, este fato gerou um movimento artístico de grande potência. Suas pinturas, marcadas por grafismos formados a partir de pontos e formas orgânicas nos impactam por sua originalidade e apuro estético.

Hugo Fortes

Colunista

Artista visual, curador, designer e professor associado da Universidade de São Paulo, Brasil. Como artista, já apresentou seu trabalho em mais de 15 países, em locais como George-Kolbe Museum Berlin, Ludwig Museum Koblenz Alemanha, Galerie Artcore Paris, entre outros. Em 2016 tornou-se livre-docente com a tese "Sobrevoos entre Homens, Animais, Tempos e Espaços: Pensamentos sobre Arte e Natureza", na Universidade de São Paulo, onde atua como professor desde 2008. Sua pesquisa como artista e como docente é voltada pelas relações entre arte e natureza, com destaque para questões relativas à paisagem, aos animais e à água.

Artista visual, curador, designer e professor associado da Universidade de São Paulo, Brasil. Como artista, já apresentou seu trabalho em mais de 15 países, em locais como George-Kolbe Museum Berlin, Ludwig Museum Koblenz Alemanha, Galerie Artcore Paris, entre outros. Em 2016 tornou-se livre-docente com a tese "Sobrevoos entre Homens, Animais, Tempos e Espaços: Pensamentos sobre Arte e Natureza", na Universidade de São Paulo, onde atua como professor desde 2008. Sua pesquisa como artista e como docente é voltada pelas relações entre arte e natureza, com destaque para questões relativas à paisagem, aos animais e à água.