O atleta Paulo André expôs em suas redes sociais uma série de comentários racistas que recebeu após postar fotos com o filho de apenas 1 ano. As imagens eram referentes ao aniversário da criança, que acabou de fazer aniversário.
Os ataques que o ex-BBB recebeu pelo Instagram foram feitos de forma privada e enviadas como forma de resposta aos stories postados pelo atleta.
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A exposição das ofensas foi feita no Twitter na tarde desta terça-feira (06).
Em uma das frases racistas, Paulo e o filho são chamados de “macaco” e “sagui”. Veja abaxo:
Advogado explica a diferença entra racismo e injúria racial
Na tarde desta terça-feira (6) em entrevista ao programa Fala ES, da TV Vitória/RecordTV, o advogado criminalista Carlos Bermudes ressaltou a importância em diferenciar os ataques de racismo e de injúria racial.
“O racismo está previsto na Lei 7.716, de 89, é um crime específico, imprescritível, inafiançável e a pena dele pode chegar até cinco anos de reclusão. Já o crime de injúria racial, na verdade, é uma qualificadora do crime de injúria que está previsto no código penal. A pena para esse crime é de um a três anos e, desde 2021, ele também é imprescritível”, explicou.
O advogado também lembra que, recentemente, o crime de injúria racial ganhou um peso ainda maior quando praticado pela internet.
“Em 2019, houve uma alteração legislativa pela Lei 3.694 que trouxe uma causa de aumento para os crimes de injúria racial, mas praticadas pela internet, e com isso caso seja comprovado a pena para a pessoa que cometeu o crime pode até triplicar.”, ressaltou.
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De acordo com a psicóloga Maria Eduarda Batista, o impacto do racismo na vida de pessoas negras é forte, pois pode resultar até mesmo em quadros graves de saúde.
“Os impactos do racismo na vida de pessoas negras é absurdo e pode ir de problemas de autoestima a doenças psicossomáticas. Hoje em dia, a população negra é a que mais sofre de problemas cardiológicos e quando analisamos todos os contextos é possível fazer uma grande junção com o contexto de insegurança alimentar, de violência racial dentre outros fatores que juntos corroboram para esses problemas na saúde”, apontou.
O advogado criminalista Carlos Bermudes afirma que, levando em consideração a forma em que o ataque foi direcionado ao atleta, o crime se configura como injúria racial.
“No caso do Paulo André, está muito claro o crime de injúria racial porque foi dirigido a uma pessoa específica, diferente do crime de racismo que é dirigido a uma coletividade. Quando a pessoa faz uma ofensa à raça, à cor e até mesmo a preceitos religiosos está caracterizado o crime de racismo”, afirmou Bermudes.