Bruna Marquezine esbanja talento nas novelas e minisséries que passam nas telinhas, mas também tem um coração muito puro. A atriz aproveitou sua influência nas redes sociais para lutar por uma causa muito importante a convite da ONU. Bruna passou um tempo no Oriente Médio e visitou campos de refugiados na Jordânia e no Líbano, onde conheceu diversas crianças que perderam tudo por conta da guerra. Em entrevista ao programa Fantástico que foi ao ar no último domingo, dia 18, a estrela comentou sobre sua experiência em um local de muitas tragédias, mas também de muita esperança.
– Eu acho que a falta de conhecimento é o caminho mais rápido para o preconceito. Eu fico pensando Como é que tem tanta esperança? E eu fico tentando me colocar no lugar e eu não sei como seria. Não sei se eu aguentaria, confessou.
A atriz ainda comentou sobre como surgiu o interesse por este assunto.
– Há um ano eu fui convidada para um evento. Era uma apresentação do Coral Jolie, que são só crianças refugiadas. Fui assistir e apresentar junto com outros artistas e fiquei bem impactada. Ali eu comecei a me interessar pela causa. Eu queria entender, e achei que para entender de fato eu precisava presenciar. E foi aí que surgiu a missão.
Bruna também falou sobre o tipo de ajuda que forneceu nesta viagem.
– Desde o início eu identifiquei duas maneiras de ajudar. A primeira era cedendo voz à causa, divulgando, e a segunda é estar presente. É estar lá. É levar carinho, atenção, amor.
E claro que, em uma situação dessas, não se emocionar seria impossível.
– Eu me emocionei em muitos momentos. Logo no primeiro dia a gente foi até um abrigo de emergência temporário, só para crianças desacompanhadas. Tinha uma menina; ela e todos os irmãos dela estavam no abrigo. Ela era bem novinha, devia ter uns cinco anos e ela era extremamente carinhosa. E assim que eu entrei na sala, ela me abraçava muito. Me beijava, era muito carinhosa. Eles foram retirados da família porque a mãe já estava jogando gasolina nos filhos para matá-los. É estranho porque eu não conseguia entender. Aquela coisinha pequena, que era capaz de dar tanto carinho e amor, ela não recebia. Não é justo com ela. Eu sei que as nossas crianças aqui no Brasil precisam de atenção. Mas não fazia mais sentido para mim saber de tanta coisa, de saber que tem crianças passando por essa situação, e como eu não vou me envolver só porque isso não acontece no meu país? Eu preciso fazer alguma coisa, desabafou Bruna, emocionada.
Foi por isso que ela chegou a cogitar a ideia de adotar uma destas crianças.
– O tempo todo eu pensei em adotar. Mas a adoção não é possível. É muito difícil, para muitas destas crianças a religião não permite que sejam adotadas. A minha vontade era ter certeza de que elas estariam protegidas. Aí a gente tem que confiar no trabalho lindo que está sendo feito por muitas organizações lá, e tentar fazer a nossa parte, apoiando, ajudando. Eu acho que todos nós temos vozes muito fortes, muito altas, é só a gente querer usar. Se todo mundo fizer um pouco, no final é tanto, é muito, concluiu.