Entretenimento e Cultura

Bruna Marquezine fala sobre vida, fé e autoestima: 'magra não é elogio'

Ela contou como mantém os pés no chão em meio ao mundo atual, que sobrevive muito em cima de aparências

Foto: Folha Vitória

Bruna Marquezine está na capa da Vogue Portugal, e, além dos cliques deslumbrantes, a atriz deu uma entrevista onde abriu o coração. Ela contou como mantém os pés no chão em meio ao mundo atual, que sobrevive muito em cima de aparências: 

“São meios que mexem com a imagem e consequentemente com o ego, então às vezes se torna um ambiente competitivo, um ambiente que eu não sinto que é seguro, e por isso é que é tão importante identificar os anjos que cruzam o nosso caminho. A minha família é a minha base, ter amigos fora desse meio, cuidar muito bem dessas amizades, porque são essas pessoas que me ajudam a manter o pé no chão, a me lembrar quem eu sou. Outro componente essencial é fé. Independentemente do que acredita, ter fé em algo. Eu acredito muito em Deus e ele sempre me aproxima da minha essência”.

A atriz também falou sobre sua fé e como a descobriu: 

“Eu nasci numa família cristã, no highschool eu estudei numa escola americana no Brasil que era cristã e foi aí que me comecei a aproximar de Deus, porque até então era mais um costume da família e era mais religião do que um relacionamento com Deus. Algo mais superficial. Desde cedo ouvia a palavra, tinha costume de ir à igreja, mas na adolescência foi quando comecei a levar a sério. Sempre deposito toda a minha esperança, medos, entrego tudo nas mãos de Deus, porque sozinha não conseguiria. Essas são as coisas essenciais para manter o eixo, o foco, não se perder. Fé, família e pessoas que me inspiram e que eu amo”.

Marquezine, que já fez relato no Instagram sobre sua relação com o corpo e as dificuldades que isso traz, contou que só mudaria uma coisa em sua trajetória:

“Sou muito grata por tudo o que eu vivi e o que eu passei. Sou grata inclusive pelos momentos difíceis, porque eu acredito que tudo o que aconteceu na minha vida foi com a permissão de Deus e para o meu crescimento pessoal e aprendizado. Mas… se eu pudesse evitar um bocadinho o sofrimento que eu passei por falta de autoestima, de amor próprio, eu diria para mim mesma que eu deveria escutar um pouco menos os outros e me amar. Fazer esse exercício diário de me olhar no espelho e ver coisas positivas e praticar diariamente esse exercício de me amar porque eu passei por uma fase um tanto complicado por conta disso. Críticas e comentários, às vezes por muito bobos, externos, interferiram e potencializaram isso. Mas sou grata por esse processo duro e difícil porque hoje fica muito claro para mim o quanto eu me tratava mal e eu hoje já não permito que ninguém faça isso muito menos eu comigo mesma”.

Ela disse ainda que, pessoalmente, não ouve críticas negativas, mas, na internet… 

“Sim, pessoalmente não dizem, mas cometem um outro erro, que é: Como você está bonita você está muito magra. E aí, magra vira sinônimo de elogio. E não é. Abre o dicionário que você vai ver. Magra é uma característica física, assim como gorda não é uma crítica. E sempre que fazem isso eu faço um sorriso meio amarelo, porque eu não quero ser grossa e falar: Mas eu era feia quando eu não estava tão magra? E aí como eu não quero deixar a pessoa constrangida eu dou um sorriso meio amarelo e a pessoa fala não, é sério, nunca esteve tão linda, você está muito magra. É doido como as pessoas têm esse, não sei se é um apego, com um corpo e a aparência, sabe? São raras as pessoas que chegam perto de mim e falam meu Deus como você está feliz, como a sua energia está boa, como você parece estar mais leve. As pessoas sempre falam primeiro da aparência. Aí eu fico tentando, porque eu estou aqui falando, mas a gente pratica o mesmo, às vezes é difícil e eu cometo erros também e é uma coisa que eu fico tentando lembrar. Olhar para alguém e não falar da roupa, de caras. Às vezes, eu me pego fazendo essas coisas”.