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Carnaval de Vitória: escola campeã será conhecida na próxima quarta. Relembre como foram os desfiles

A apuração das notas dos jurados ocorrerá, a partir das 16h, no Sambão do Povo

Foto: Dyhego Salazar
Atual campeã do Carnaval de Vitória, a Boa Vista trouxe no enredo a lenda do surgimento de duas montanhas: Mochuara e Mestre Álvaro

Durante três dias, as escolas que compõem o Grupo Especial e os Grupos de Acesso A e B do Carnaval de Vitória encantaram o público que acompanhou os desfiles. Na próxima quarta-feira (13), vamos conhecer a agremiação campeã de 2022.

A apuração das notas dos jurados ocorrerá, a partir das 16h, no Sambão do Povo, em Vitória. O público poderá acompanhar a leitura das notas.

Neste ano, as escolas de samba investiram em muitos adereços, glamour e sofisticação. O brilho e as cores estiveram presentes nos três dias de desfiles.

Relembre o enredo das escolas do Grupo Especial

UNIDOS DE JUCUTUQUARA

A Unidos de Jucutuquara foi a primeira escola do Grupo Especial a desfilar, ainda na noite de sábado (09), e colocou o público no Sambão do Povo para cantar, com o enredo “O povo inteiro vai saber, é Jucutuquara que vem lá”, uma homenagem aos 50 anos da agremiação e da própria comunidade.

A escola fez bonito e deixou o Sambão perfumado após a entrada de uma ala coreografada, representando as benzedeiras de Jucutuquara. Os integrantes foram bastante aplaudidos, abençoando a multidão com um maço de ervas.

Nas alas, era possível identificar o que é a marca de Jucutuquara: a procissão de São Sebastião, a vida boêmia — mencionando o Bar do Ceará e o Copa 70 — e a fábrica de tecidos. O samba teve direito a paradinha com a multidão cantando o refrão.

Após o sinal verde, a escola ainda demorou pouco mais de 4 minutos para começar o desfile. Com isso, os portões foram fechados quando o cronômetro já marcava uma hora e um minuto.

IMPERATRIZ DO FORTE

A Imperatriz do Forte foi a segunda escola a desfilar, também na noite de sábado (09). Com o enredo “Em Busca do 10”, a agremiação, que levou para o Sambão do Povo a história dos números, enfrentou alguns problemas.

O cronômetro já marcava 20 minutos e o primeiro carro alegórico ainda estava no início da avenida. Diante do atraso, os integrantes de algumas alas precisaram correr para que o tempo não estourasse. A estratégia deu certo, já que os portões fecharam aos 59 minutos e 37 segundos.

A bateria, comandada pelo mestre Vitor, é uma das apostas da agremiação para garantir a nota máxima no desfile oficial e agitou os foliões na última noite do Carnaval de Vitória.

NOVO IMPÉRIO

Com o enredo “Santo Antônio, Olhai por Nós”, a Novo Império, terceira escola a entrar na avenida no último dia de desfiles, levou ao Sambão do Povo uma apresentação cheia de fé e devoção. A bateria, conhecida como “Orquestra Capixaba de Percussão”, fez jus ao nome e sacudiu os foliões.

Outro destaque foi o samba-enredo. Animado e contagiante, não demorou muito para que o refrão começasse a ser cantado também pelo público, que aplaudiu a escola em diversos momentos.

No penúltimo carro alegórico, a Novo Império também levou para a avenida o Santuário de Santo Antônio, que chamou a atenção pela riqueza de detalhes e semelhança com a basílica localizada no Centro de Vitória.

No fim do desfile, que terminou quando o cronômetro marcava 60 minutos e 40 segundos, uma imagem gigante de Santo Antônio desfilou pelo Sambão do Povo, com direito até a distribuição de brindes para os foliões.

BOA VISTA

Já a Boa Vista, atual campeã do Carnaval de Vitória, defendeu o título com o enredo “O pássaro de fogo traz a boa nova… É tempo de amar!”, falando sobre a lenda do surgimento de duas montanhas: Mochuara e Mestre Álvaro.

A escola contou a história do casal indígena Jaciara e Guaraci, lenda relacionada ao surgimento dos dois montes. O enredo homenageou os valores culturais de Cariacica por meio dessa história de amor.

No início do desfile, um dos carros alegóricos ficou preso em um dos alambrados, mas o imprevisto não impediu o brilho e aplausos do público no Sambão do Povo.

Destaque na noite, a rainha de bateria Thalita Zampirolli deixou o desfile ainda mais especial logo no início e esbanjou simpatia, mas acabou passando mal e caiu de joelhos na avenida. O desfile, que durou 1 hora, 2 minutos e 31 segundos, emocionou os capixabas.

MOCIDADE UNIDA DA GLÓRIA

A Mocidade Unida da Glória foi a quinta escola a desfilar no Sambão do Povo no último dia do Carnaval de Vitória. De olho no título do Grupo Especial, a MUG apresentou o lúdico enredo “O Leão em caravana traz ao palco da folia a imagem e a semelhança com um quê de fantasia”.

Logo no início do desfile, a escola teve um imprevisto. A parte dianteira do carro abre-alas se soltou e quem estava no comando precisou separar o veículo para que o desfile continuasse.

Mesmo com o imprevisto, quem desfilou pela escola manteve o sorriso, a animação e a felicidade durante 1 hora, 2 minutos e 31 segundos na avenida.

UNIDOS DA PIEDADE

O dia já amanhecia e a Unidos da Piedade acordou o folião com um samba animado e empolgante sobre o café. O enredo foi desenvolvido pela escola de Vitória em 58 minutos e levou para a avenida o fascínio e a importância histórica da bebida, com o enredo “Da riqueza do café, sua força e majestade”.

A agremiação foi a penúltima a entrar no Sambão do Povo. No início da apresentação, um susto: o carro abre-alas travou na entrada da avenida, mas a equipe de harmonia e de manutenção conseguiu resolver o problema a tempo.

O carro teve que ser recuado para, então, prosseguir. A alegoria trazia a força da mulher africana que descobriu a utilidade do grão de café.

Além de destacar as qualidades do café, a Piedade não se esqueceu de sua gente. No último carro alegórico, o destaque era o sambista Edson Papo Furado, figura histórica do carnaval capixaba. Aos 82 anos, o sambista estava visivelmente emocionado e ganhou muitos aplausos das arquibancadas e dos camarote.

ANDARAÍ

Última a entrar na avenida, a Andaraí não deixou de animar o Sambão do Povo, mesmo com grande parte das arquibancadas vazia. O sol já ia alto quando a escola, campeã do grupo de acesso em 2020, apostou todas as fichas no enredo “Mulembá”, contando a história da comunidade.

A agremiação começou o desfile apresentando a árvore de mulembá, uma figueira africana, fazendo referência às mitologias de criação do universo, segundo os povos da ´África.

No entanto, a escola teve problemas na evolução no primeiro carro alegórico. Uma das estruturas começou a se desprender e o destaque que sambava sobre ela teve de sair, já que a peça começava a se arrastar pelo chão.

A Andaraí também colocou na avenida componentes da tradicional banda de congo Amores da Lua, além de mostrar em seus carros as lendas que cercam o imaginário dos moradores do bairro Santa Martha, sede da escola. A agremiação encerrou o desfile com participação de 1h01.


Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
Produtor web
Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.