Um Convento da Penha ainda sem as palmeiras imperais na paisagem. A Praia da Costa com a faixa de areia ainda intocada pela sombra de prédios. Devotos de Nossa Senhora da Penha vestidos a rigor, de terno e gravata, na Romaria dos Homens. Pilares de sustentação do que vai se tornar a Terceira Ponte já se destacando na Baía de Vitória.
O Parque Moscoso, sem muros, totalmente integrado à paisagem urbana da capital. Fotografias e vídeos do passado do Espírito Santo estão tornando o perfil “História Capixaba” (@historia.capixaba) um dos queridinhos de conteúdo local no Instagram. O perfil conta, atualmente, com 115 mil seguidores.
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Recentemente, um post mostrando um vídeo de como era o Centro de Vitória, em 1992, causou uma verdadeira comoção na rede, com mais de 11 mil visualizações e curtidas. Veja o vídeo:
O perfil é criação do casal formado pelo consultor óptico Emanuel Nunes, 34 anos, e o arquiteto e ceramista Luiz Paulo Comério, 37 anos.
O casal é apaixonado por História. Os dois criaram o perfil em setembro de 2018 e se divertem com o barulho que os posts fazem. Sentem que a missão da dupla, de promover o conhecimento sobre o passado de uma forma leve, está sendo bem aceita.
“Essas postagens, principalmente deste passado relativamente recente, movimentam as redes mexendo com a memória afetiva daqueles que viveram esse tempo e despertando a curiosidade dos nossos seguidores do Instagram, um contingente jovem na faixa etária até os 30 anos”, explica Nunes.
Os temas são aleatórios. Podem surgir durante uma simples caminhada pelo Centro de Vitória, onde Nunes vive, ou pelos bairros da Serra, onde mora Comério.
“De repente, eu vejo um casarão antigo ou um prédio abandonado e já começo a me perguntar o que aconteceu ali. Aí, a gente começa a fuçar, a garimpar na internet. As legendas das imagens são complementadas por meio de pesquisas que fazemos consultando obras de historiadores ou informações no Instituto Moreira Salles, em São Paulo, no Arquivo Público Estadual e no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo”, descreve.
Os seguidores correspondem à paixão de Nunes e Comério enviando material de arquivo particular ou marcando quem vivenciou aquela época para esclarecer mais sobre o tema das imagens.
“Já houve quem nos procurasse para oferecer coleções de jornais diários que circularam no Espírito Santo. É legal a gente despertar esse interesse na memória das pessoas, que se sentem responsáveis por preservar o conhecimento e passar para frente, não deixando tudo cair no esquecimento”, comemora.