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Castelense portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica lança livro sobre a doença

Dona Tetê passou dois anos e quatro meses internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e mesmo assim, nunca reclamou ou desanimou por ter a doença

A castelense Terezinha de Jesus Cogo Clipes, a ‘Dona Tetê’, lançou o livro ‘É possível ser feliz com E.L.A.?’ Foto: ​Divulgação

‘É possível ser feliz com E.L.A.?’. A castelense Terezinha de Jesus Cogo Clipes, a ‘Dona Tetê’ acredita que sim e escreveu um livro sobre o tema. Diagnosticada em 2004 com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), ‘Dona Tetê’ passou dois anos e quatro meses internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no setor de Intermediária, devido ao agravamento da doença. Mesmo passando por todas as dificuldades da doença, ela nunca reclamou da situação.

Lançado nesta semana, o livro lançado conta a história de superação de ‘Dona Tetê’ ao descobrir que sofria da mesma doença do famoso físico britânico Stephen Hawking. A ELA é considerada uma doença degenerativa do sistema nervoso, que acarreta a perda de movimentos, sendo irreversível.

Mas, nem mesmo as limitações causadas pela doença impediram que Dona Tetê’ contasse sua história em 245 páginas. Ele contou com a ajuda de sua filha Cássia Fabiane Clipes Rosa, formada em letras e redigiu os textos. 

O livro descreve, desde a descoberta da doença e seu avanço, até as dificuldades enfrentadas por ela e sua família. ‘Dona Tetê’ conta como ela conseguiu seguir em frente sem desanimar e com muita alegria.

Como não consegue falar e movimentar outros músculos, ‘Dona Tetê’ se comunica através dos olhos, com a ajuda de uma placa de acrílico que contêm as letras do alfabeto, números e outros sinais.  Olhando para esta placa ela indica letra por letra a palavra que deseja formar. Ela também faz sinal de positivo e negativo com a cabeça.

Lançamento

A filha Cássia Clipes Rosa disse que a ideia do livro foi uma ótima surpresa. “Quando cheguei para cuidar da minha mãe, recebi em mãos alguns manuscritos singelos que ela havia ditado para a técnica de enfermagem do hospital. Ela tinha a intenção de que os relatos se tornassem uma autobiografia. Foi aí que pensei que aquela narrativa poderia ser uma maneira de preencher as horas e os dias, daquela pessoa que ansiava, acima de tudo, pela vida”, conta.

Desde então, ela passou a redigir os textos que se tornariam a história de sua mãe. “Apesar da escrita simples e sucinta visualizei naqueles escritos um potencial de ação indescritível, que proporcionariam entusiasmo e uma conquista para minha mãe, oferecendo a ela um ânimo a mais, para que pudesse se sentir novamente parte do mundo lá de fora”, explica.

O lançamento do livro aconteceu no Hospital Unimed, onde ‘Dona Tetê’ passou anos internada. O médico José Ozório de Oliveira, diretor do hospital, disse que pacientes como ‘Dona Tetê’ trazem são exemplos para a vida. “Geralmente associamos hospital à tristeza e à doença, mas ela é um exemplo de sucesso. Enquanto esteve internada levada alegria para o ambiente e ainda saiu com muita vontade de viver. O lançamento do livro demonstra a sua vitória e a de todos que trabalham no hospital, que cuidaram dela e continuam cuidando das pessoas que passam pelo hospital”, completa.