Após se curar de um câncer, Edson Celulari está pronto para voltar à TV. A partir de segunda-feira, dia 3, ele estará na pele de Dantas, seu personagem na nova novela das nove, A Força do Querer. O intenso tratamento de radioterapia e quimioterapia contra o linfoma não-Hodgkin, que atinge o sistema linfático, não fez com que o ator ficasse com medo da doença voltar futuramente.
– A vida é assim: a cada esquina nos espera o inesperado. Por isso mesmo, saímos de casa todos os dias. É um risco saudável, necessário. Então, o que me resta fazer é cuidar da alimentação, das atividades físicas, da afetividade, do emocional e, claro, do meu universo espiritual. E ser produtivo no meu ofício. Quero aproveitar essa chance que me foi dada de maneira ainda mais lúcida e verdadeira. Assim não sobra tempo para pensar em volta do câncer. O que sei é que, hoje, estou totalmente curado, contou em entrevista ao jornal Extra.
O incentivo ao trabalho foi um dos grandes aliados para Edson Celulari voltar com tudo. O ator entregou que Glória Perez não o abandonou mesmo após o câncer ter se tornado público:
– Assim que recebi o diagnóstico, Gloria Perez (a autora) me ligou, quis saber como eu estava. Conversamos sobre o tratamento e eu falei do meu cronograma com a quimioterapia. Ela sentenciou: Você vai poder fazer o Dantas, então! Eu disse que não sabia quando voltariam os cabelos, quando eu ficaria menos inchado e quando estaria com fôlego para aguentar o ritmo de trabalho. Ela respondeu: Quero você na novela de qualquer jeito, careca, inchado, com olheiras ou sem. Aquilo me serviu de estímulo. A generosidade da Gloria me deixou comprometido com o projeto. Todos sabemos o quanto o trabalho fortalece, e comigo não foi diferente.
Além do desejo de voltar a trabalhar ter sido um dos motivos para Edson Celulari ter se fortalecido contra a doença, a companheira Karin Roepke também foi essencial na vida do galã:
– A finitude nos assusta quando somos apegados à vida, quando somos profundamente interessados nela. E eu sou. É claro que tive medo, mas nunca desesperança. Recebi muito carinho e tive apoio emocional dos meus filhos e da minha família, além da companhia inseparável da Karin, minha mulher. Ela foi incansável e esteve comigo em todos os passos. Na verdade, fui muito paparicado. Cheguei a ficar preocupado se aquela mordomia toda não me transformaria num homem nhem-nhem-nhem, tipo de comportamento que abomino. Mas, como não tenho talento para isso, ainda bem, passei incólume.