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Como escolher um vinho bom e barato no inverno? Veja guia prático e dicas

O vinho complementa de maneira excepcional os pratos típicos da estação, adicionando uma camada extra de sabor e prazer às refeições; Descubra qual o ideal

Foto: Reprodução/ Pexels/ Andrea Piacquadio

Vinho e inverno formam uma combinação perfeita e harmoniosa. Durante os dias mais frios, a bebida tem o poder de aquecer o corpo e criar uma atmosfera acolhedora, especialmente quando servida em temperatura ambiente. Além disso, o vinho complementa de maneira excepcional os pratos típicos da estação, adicionando uma camada extra de sabor e prazer às refeições.

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No inverno, é comum que os vinhos tintos encorpados ganhem destaque, devido à sua estrutura robusta e sabor intenso. Estes vinhos têm a capacidade de aquecer e confortar, tornando-os uma escolha popular para os meses mais gelados. 

Os vinhos brancos, por outro lado, são frequentemente associados a uma sensação de frescor, o que os torna menos procurados durante os dias frios. No entanto, não é impossível desfrutar de um bom vinho branco no inverno; com as combinações certas, eles podem se encaixar perfeitamente em diversas ocasiões e pratos da estação.

Raphael Zanette, do Grupo Vino!, oferece suas recomendações sobre as características ideais dos vinhos e a temperatura apropriada para apreciá-los durante o inverno.

“Quando se trata de selecionar o vinho ideal, especialmente para a estação mais fria do ano, é essencial entender sobre algumas das características fundamentais que definem cada tipo de vinho. Essas características são: acidez, taninos, corpo, doçura, teor alcoólico, aroma e sabor.” diz ele.

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VINHOS MAIS ENCORPADOS

Uma das características marcantes dos vinhos para o inverno é sua tendência a ser menos frutados e mais encorpados. Enquanto vinhos com notas de frutas e aromas florais são mais adequados para os dias quentes, aqueles com notas de tabaco, madeira e café são ideais para os dias frios.

Certas variedades de uvas são conhecidas por produzir vinhos mais encorpados. Exemplos incluem a Tannat, Cabernet Sauvignon e Malbec, além de uvas italianas renomadas como Nebbiolo e Nero d’Avola. Em contraste, uvas como Gamay, Sangiovese e Pinot Noir resultam em vinhos com menor estrutura e perfil mais frutado.

Entretanto, não é apenas a variedade da uva que define as características do vinho. Diversos fatores, como o terroir (o ambiente em que as uvas são cultivadas) e o processo de envelhecimento, desempenham papéis significativos no resultado final da bebida. Além disso, a técnica de mistura de uvas, conhecida como corte, blend ou assemblage, também influencia o perfil do vinho.

Uvas de intensidade média, como a Tempranillo, apesar de não serem tão encorpadas quanto outras variedades, podem ter um teor alcoólico mais alto, tornando-as uma excelente escolha para os dias frios.

Vinhos de corpo robusto combinam muito bem com queijos mais maturados, como Grana Padano, Parmigiano e queijos curados. Para otimizar a experiência, os vinhos tintos encorpados devem ser servidos a temperaturas mais altas, entre 18º e 20ºC, enquanto os vinhos de corpo médio são melhores quando servidos entre 16º e 18ºC.

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TANINOS

Os taninos são compostos encontrados nas cascas das uvas e são responsáveis pela sensação de adstringência na boca, que pode ser descrita como uma leve sensação de “ressecamento”. Quando um vinho possui taninos bem perceptíveis, ele é considerado um vinho tânico.

Nos vinhos brancos e rosés, a percepção de taninos é bem menor, pois durante o processo de fabricação, esses vinhos passam muito menos tempo em contato com as cascas das uvas. Em contraste, os vinhos tintos são fermentados em contato com as cascas, e a quantidade de taninos depende tanto da variedade da uva utilizada quanto do tempo de contato.

É importante notar que um vinho tânico não deve ser confundido com um vinho amargo. A adstringência proporcionada pelos taninos, combinada com outras características sensoriais, como o corpo do vinho ou o envelhecimento em madeira, pode ser um grande trunfo para um vinho de inverno.

Os vinhos com taninos acentuados são excelentes para acompanhar pratos mais gordurosos, pois a adstringência ajuda a “limpar” o paladar. Exemplos de pratos que combinam bem com vinhos tânicos incluem churrascos e assados.

Entre os vinhos tânicos notáveis estão aqueles feitos com uvas como Tannat, que são conhecidos por sua intensidade de cor e excelente corpo. Outras uvas famosas por seus taninos incluem Cabernet Sauvignon, Nebbiolo, Tempranillo e Merlot.

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VINHOS ENVELHECIDOS EM MADEIRA 

Desde tempos antigos, os barris de madeira têm sido utilizados para o transporte e armazenamento de bebidas. A madeira contém uma série de substâncias que podem enriquecer o vinho com notas complexas, como tabaco, café, baunilha e muitas outras.

Embora o carvalho francês seja a madeira mais comum para esse propósito, existem diversas espécies de madeira utilizadas ao redor do mundo. A escolha da madeira pelos tanoeiros (fabricantes de barris) não é determinada apenas pelo tipo, mas também pela região onde a madeira foi cultivada (efeito terroir), pela tosta aplicada ao barril, pelo tamanho dos barris e pela sua durabilidade.

Entre os vinhos de inverno recomendados pelo especialista Dionísio Chaves, você encontrará vários exemplos de rótulos que foram envelhecidos em barris de madeira, destacando-se por suas características enriquecidas e complexas.

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LICOROSOS

Quando se trata de aquecer os dias frios, os vinhos licorosos e fortificados são escolhas imperdíveis, como é o caso do Vinho do Porto, que se destaca por seu teor alcoólico mais elevado.

Classificado como um vinho doce ou vinho de sobremesa fortificado (distinto de um vinho suave), o Vinho do Porto recebe a adição de aguardente vínica durante a fermentação. Esse processo não o torna suave; na verdade, a adição de aguardente vínica aumenta seu teor alcoólico e o torna um vinho fortificado.

Entre os vinhos licorosos, os portugueses são notáveis, com destaque para o Madeira e o Vinho do Porto, sendo este último geralmente o mais doce.

Embora sejam famosos por sua excelente combinação com sobremesas, especialmente os tintos mais envelhecidos, os vinhos do Porto também harmonizam muito bem com queijos curados, como os queijos azuis, e com frutas secas.

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ALERTA

Nunca ingira bebidas alcoólicas e dirija. A combinação de álcool e direção compromete severamente suas habilidades de condução, aumentando o risco de acidentes graves e colocando em perigo a sua vida e a dos outros. 

A responsabilidade e a segurança nas estradas dependem de escolhas conscientes, beba com moderação.