Rua do condomínio Botanical com fiação subterrânea  garante mais segurança e uma paisagem desobstruída.
Rua do condomínio Botanical com fiação subterrânea garante mais segurança e uma paisagem desobstruída.
Quando buscamos um lugar para morar, um dos principais requisitos é viver em um local que nos garanta segurança em todos os aspectos. Dentre as seguranças que devem constar nos condomínios, seja apartamentos ou casas, é a elétrica.

Contexto atual

O Brasil enfrenta um sério problema com a fiação aérea. São fios emaranhados e pendurados, que colocam a vida das pessoas em risco. As mortes em decorrência de choque elétrico por contato com postes têm ocorrido com frequência nos últimos anos em todo o país.  Em 7 anos, foram 195 mortos por choque em grades ou postes metálicos no Brasil.

E nos condomínios a preocupação também existe, principalmente nos mais antigos. A diretora da Ademi-ES e engenheira civil Flávia Gimenes, aponta a fiação obsoleta desses condomínios como a principal causa de incêndios. “Os cuidados que os condomínios devem ter com a parte elétrica são as manutenções periódicas conforme o plano de manutenções que todo condomínio deve ter para evitar curtos-circuitos nas instalações que podem ser provocados por sobrecarga ou falhas no sistema. As manutenções preventivas reduzem os riscos de acidentes e aumentam a vida útil da edificação”, orienta Flávia.

Diante dessa realidade e atenta à questão de segurança, a construtora Sólida optou pela fiação subterrânea em seu empreendimento Botanical, na Prainha, em Vila Velha. A diretora da empresa, Ana Carolina Morales, explica que este sistema elimina a presença de postes e fios aéreos, proporcionando uma vista desobstruída e harmonizando a paisagem urbana com o ambiente natural.

Desafios

No entanto, é importante ressaltar o desafio desse tipo de instalação devido ao alto custo, principalmente nas áreas urbanas. A diretora da Ademi-ES explica que é necessário escavar as valas para a instalação das tubulações, proteger as áreas onde os cabos estão enterrados e utilizar equipamentos especiais e mão de obra qualificada, o que pode ser complexo e demorado em áreas urbanas, além das interferências com as tubulações de água, esgoto, telefonia que já podem estar passando pelo local.

Vantagens

Quanto à segurança e à confiabilidade, a fiação subterrânea oferece vantagens significativas. Ela pode abranger toda a rede elétrica e de cabos de telefonia e TV enterrada, e apresenta diversos benefícios do ponto de vista da infraestrutura das cidades, uma vez que o sistema evita problemas de descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros e reduz os riscos de queda de raios.

Para além dos benefícios do quesito da estética nos condomínios horizontais, como da Construtora Sólida, por exemplo, Flávia acrescenta como vantagem da fiação subterrânea, a segurança em caso de grandes intempéries como tempestades, ventos fortes ou quedas de árvores, e menor probabilidade de ataques de vandalismo, que tem ocorrido com certa frequência no Brasil.

O risco de um rompimento do fio em uma situação como essa é nulo, visto que todos os cabos de alta, média e baixa tensão estão enterrados. “Além de proteger os moradores, a fiação subterrânea também costuma ser mais resistente, pois é formada por cabos isolados, que apresentam menor desperdício de energia e têm maior vida útil.  E para as situações de raios, a fiação subterrânea possui proteção extra”, complementa Ana Carolina Morales, diretora da Sólida.

Custo-benefício

Quanto ao desempenho e economia, ela também é mais eficiente. Isto porque este modelo de fiação libera mais energia do que o modelo aéreo por ter diâmetros maiores. Essa eficiência se reflete na estabilidade da rede e na perda muito menor de energia ao longo do percurso, fundamental para as residências e espaços maiores como condomínios fechados.

Já na manutenção, apesar do custo inicial mais alto e da complexidade na instalação, a fiação subterrânea tende a ter um custo de manutenção menor ao longo do tempo. Isso ocorre porque as instalações subterrâneas são menos suscetíveis a danos, reduzindo a frequência de reparos necessários.

“Além disso, quando a manutenção é necessária, ela pode ser realizada com mínimo impacto na atividade cotidiana da área, já que não interfere no espaço aéreo nem exige bloqueios de vias, tornando o processo menos intrusivo e mais eficiente”, acrescenta Ana Carolina.

Roberta Drummond
Arquiteta e urbanista, está sempre antenada nas novidades e inovações no universo da arquitetura e do design.