Cultura

Dia de Iemanjá: rituais e celebrações em homenagem à Rainha do Mar

No dia de Iemanjá, fiéis costumam levar flores, perfumes, espelhos e outras oferendas ao mar como forma de agradecimento

Píer de Iemanjá na orla de Camburi
Foto: Divulgação/PMV

Hoje, dia 2 de fevereiro é uma data especial para fiéis e admiradores de Iemanjá, a divindade dos mares e protetora dos pescadores e navegantes. Em várias cidades litorâneas do Brasil, incluindo Vitória, no Espírito Santo, as homenagens à Rainha do Mar tomam conta das praias, com oferendas, rituais e festividades que unem fé, cultura e tradição.

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Quem é Iemanjá?

Iemanjá tem suas raízes nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, e é uma das orixás mais cultuadas no Brasil. Seu nome vem do iorubá “Yèyé omo ejá”, que significa “Mãe cujos filhos são peixes”, reforçando sua conexão com a vida marinha e os oceanos.

Na mitologia africana, ela é considerada a mãe de todos os orixás, uma figura de acolhimento, proteção e fertilidade. Com a diáspora africana e o sincretismo religioso no Brasil, sua imagem foi associada à Nossa Senhora dos Navegantes, popular entre os católicos, o que fortaleceu ainda mais seu culto no país.

Píer de Iemanjá em Vitória

Vitória, cidade cercada pelo mar, tem uma relação especial com Iemanjá, a Rainha das Águas. Um dos principais símbolos dessa conexão é a estátua dedicada a ela, na Praia de Camburi, próximo à Ponte de Camburi. Com longos cabelos ao vento e um vestido azul-celeste, a imagem representa a força da religiosidade afro-brasileira no Espírito Santo.

A estátua foi inaugurada em 1988 e tem 3,60 metros de altura. A ideia surgiu como uma homenagem aos praticantes das religiões de matriz africana e foi idealizada pelo artista grego Iannis Zavoudakis. Ela está posicionada no píer de Iemanjá, estrutura que, além de seu valor cultural e religioso, também foi projetada para conter a erosão da praia.

No dia 2 de fevereiro, o local se transforma em um ponto de encontro para fiéis e simpatizantes que levam flores, perfumes e oferendas em pequenos barcos enfeitados. É um momento de fé e agradecimento, quando pedidos e louvores são levados pelo mar. O píer também oferece uma das vistas mais bonitas do pôr do sol na cidade, sendo um espaço que une devoção e contemplação.

Como são as homenagens a Iemanjá?

No dia de Iemanjá, fiéis costumam levar flores, perfumes, espelhos e outras oferendas ao mar como forma de agradecimento e pedidos por proteção e prosperidade. Entre os rituais mais tradicionais estão:

  • Oferendas no mar: flores brancas, velas azuis e presentes são deixados nas águas para que Iemanjá receba os pedidos dos devotos. Pequenos barcos com oferendas também são lançados ao mar.
  • Roda de cânticos e louvações: grupos de praticantes do Candomblé e da Umbanda fazem celebrações com cânticos, tambores e rezas em homenagem à orixá.
  • Banhos de descarrego: algumas pessoas aproveitam a data para tomar banhos de ervas ou entrar no mar em busca de renovação espiritual.
  • Procissões e festas religiosas: em algumas comunidades, há cortejos, missas e celebrações que unem diferentes tradições religiosas.
Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana Repórter
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Atua como repórter do Núcleo SEO da Rede Vitória no Folha Vitória.