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Diretor de Entrelinhas, Guto Pasko explica como história do filme chegou até ele: - Estava nas entrelinhas

Diversas obras nacionais já retrataram aspectos da época da ditadura. E no dia 22 de agosto, mais uma produção chega às telonas com essa temática. Entrelinhas é um drama ambientado na época da ditadura militar brasileira dos anos 1970, contando a corajosa história de Beatriz, papel de Gabriela Freire, uma estudante de 18 anos de idade que, em Curitiba, é detida e acusada de ser membro de um movimento estudantil subversivo e de uma célula da guerrilha armada que luta contra o regime militar.

Durante dez dias de prisão, a personagem é submetida a torturas brutais, enfrentando uma dor inimaginável na tentativa de forçá-la a confessar sua suposta participação na guerrilha. Apesar da crueldade dos interrogatórios e da pressão psicológica, Beatriz demonstra uma resistência impressionante e se recusa a ceder às acusações, um retrato poderoso e comovente da luta contra a repressão política e a violência do regime militar.

Apesar de esse ser um tema amplamente discutido, o diretor e produtor do novo longa Entrelinhas, Guto Pasko, compartilhou em coletiva de imprensa como a história do filme chegou até ele. O longa demorou 19 anos para realmente chegar às telas do cinema, sendo que Guto ouviu sobre Ana Beatriz, a protagonista da história, pela primeira vez em 2005.

– Eu estava produzindo e dirigindo meu primeiro longa, um documentário chamado Made in Ucrânia. Estávamos em Kiev [Ucrânia] e por coincidência encontrei um amigo, Vitório, no hall do hotel que eu estava hospedado, iniciou ele.

Vitório também é um personagem importante na história do longa, já que é amigo da irmã de Ana Beatriz na vida real. E ele levou essa história até Guto, já na esperança de transformá-la em filme.

– Você produz filmes e acho que você vai se interessar por isso, a história da Bia dá um bom filme, disse Vitório.

– Assim que voltei para o Brasil, procurei o Vitório para ele me contar mais sobre a Bia e começar a pensar na produção. Marcamos um encontro com a Beatriz e a irmã dela, e elas autorizaram a produção. Estava tudo nas entrelinhas. Essa história chegou até mim em 2005 e 19 anos depois o filme chega nas telas. Isso é simbólico, ilustra como é produzir um filme no Brasil, as dificuldades que nós, enquanto produtores e diretores, enfrentamos até o filme ser lançado, finaliza Guto.