O documentário “Suá, a praia que sumiu”, que retrata a mudança de diversos pontos da Praia do Suá, em Vitória, mostra registros históricos e antigos de áreas que não eram aterradas no século XX.
Os aterramentos, que também aconteceram em outros bairros da cidade, modificaram a imagem da Praia do Suá. A praia que ficava próxima ao antigo Hospital São Pedro Praia do Suá, onde hoje funciona o Pronto Atendimento da Praia do Suá, por exemplo, não existe mais.
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O bairro tradicional, que é cercado por outros bairros conhecidos, como Bento Ferreira e Enseada do Suá, possui uma história única, que será retratada no documentário. O produto mostra registros antigos do bairro, levando a essência da região para os dias atuais.
O filme retrata as transformações causadas pelo aterro da praia e seus impactos na identidade local. A produção mistura registros históricos e depoimentos de moradores. Além disso, o filme está inscrito em diversos festivais de cinema do Brasil e da América Latina.
O Folha Vitória conversou com a pesquisadora e diretora do filme, Thais Helena Leite. Ela contou que o filme foi feito a partir de imagens da época, procuradas em arquivos públicos e particulares, durante três anos de busca.
As imagens foram obtidas como parte de uma pesquisa de mais de 3 anos. Fui para o Arquivo Público do ES, Arquivo Nacional, arquivos particulares, entre outros, disse a diretora.
Thais destacou que o filme reúne imagens de arquivo com áudios com bandas de congo da região.
“O documentário é uma reunião de imagens de arquivo com um áudio poderoso e narrativo, mesclando congo, com músicas de protesto capixabas da década de 1970 regravadas pelo grupo Aurora Gordon, depoimentos em off de moradores antigos da Praia do Suá e uma música inédita, composta para o curta, a Bossa do Sua de Jorge Tarzan”, destacou.
O filme mostra o retrato do bairro no século XX, com áreas irreconhecíveis atualmente. “A história do desaparecimento da Praia do Suá é a história dos aterros da Capital. Esse, chamado de aterro da Comdusa, faz parte da ampliação do espaço urbano, com um discurso do progresso, algo típico dos anos 1970”.
A diretora do documentário conversou com diversos moradores da região que viveram o que é mostrado no filme. Além disso, ela disse que pessoas que moraram anos atrás na região, voltaram para rever o local.
O filme será exibido na Biblioteca Pública Estadual, no próprio bairro, mas sem a previsão de estreia.
O filme será exibido na Biblioteca Pública do Estado do Espírito Santo, exatamente onde era o mar e que hoje está aterrado. Vai ser um momento emblemático!, disse.
Assista ao trailer do documentário “Suá, a praia que sumiu”
*Texto sob a supervisão do editor Gabriel Barros.