Educação

Volta às aulas: como ajudar seu filho a se adaptar para nova rotina

A pediatra Bruna de Paula explica como a preparação antecipada é crucial para as crianças nas voltas às aulas

Foto: Reprodução
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Com o fim das férias, muitos pais se deparam com o desafio de ajudar os filhos a se readaptarem a volta às aulas, especialmente quando o retorno envolve uma nova fase, como o ingresso em uma nova escola ou mudança no nível do ensino.

A pediatra Bruna de Paula explica como a preparação antecipada é crucial para que as crianças enfrentem esse momento com mais tranquilidade.

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Preparação antecipada para as volta às aulas

Para garantir que o processo de adaptação na volta às aulas seja o mais suave possível, Bruna sugere que os pais comecem a preparação pelo menos uma semana antes do início das aulas.

Durante esse período, é importante ajustar gradualmente os horários de sono e atividades da criança para alinhá-los com o novo horário escolar.

“Essa preparação gradual ajuda a minimizar os impactos da mudança e reduz o estresse tanto para a criança quanto para a família”, afirma a pediatra.

Outro passo importante é estabelecer uma rotina matinal que simule o que acontecerá na escola. Isso inclui acordar, tomar café da manhã e se arrumar como se fosse um dia de aula. A pediatra também destaca a importância de envolver a criança na organização do material escolar.

Escolher os cadernos, personalizar a mochila, e conversar sobre o que ela pode esperar da escola, como reencontrar amigos e conhecer novos professores, são estratégias que diminuem a ansiedade e ajudam a criança a se sentir mais entusiasmada

Primeira ida à escola: adaptação gradual

Para crianças que vão à escola pela primeira vez, a adaptação exige ainda mais atenção. Bruna recomenda realizar visitas prévias à escola, conhecer os professores e explorar o ambiente.

“Isso ajuda a reduzir a ansiedade e a criar uma familiaridade com o novo espaço”, ressalta. Além disso, é importante ajustar a rotina de sono e alimentação para que a criança se acostume aos horários da escola.

No primeiro dia, é comum que a criança sinta medo ou ansiedade pela separação dos pais. “Nesse momento, a paciência e a compreensão são fundamentais. Não force a despedida, crie um ritual breve e carinhoso, como um abraço ou uma frase de apoio”, sugere Bruna.

Além disso, os pais devem respeitar o tempo da criança, iniciando com períodos mais curtos na escola e aumentando gradualmente, sempre oferecendo apoio emocional.

Dificuldades nos primeiros dias de escola

É normal que, durante os primeiros dias de adaptação, a criança apresente comportamentos como choro, apego excessivo aos pais e dificuldade para se alimentar. “Esses comportamentos indicam o esforço da criança para lidar com a mudança e a ansiedade. O mais importante é que os pais e educadores ofereçam paciência e compreensão”, explica Bruna.

Além disso, é comum que as crianças enfrentem dificuldades de concentração, medo de interagir com os colegas e problemas com o sono, como insônia ou pesadelos.

“Esses sintomas são temporários e fazem parte do processo de adaptação”, afirma a médica. Com o tempo, a criança tende a se sentir mais segura e confiante, e esses comportamentos geralmente desaparecem.

Tempo de adaptação

O tempo necessário para que a criança se adapte à escola varia de acordo com diversos fatores, como idade, temperamento, experiências anteriores e suporte familiar. Enquanto algumas crianças se adaptam rapidamente, outras podem precisar de mais tempo, podendo levar semanas ou até dois meses.

Crianças mais novas, especialmente aquelas que ingressam no ensino infantil, tendem a demorar mais para se adaptar, enquanto crianças mais velhas, com habilidades emocionais mais desenvolvidas, geralmente se ajustam mais facilmente, explica Bruna.

Ela também destaca que o temperamento da criança influencia diretamente nas volta às aulas. Crianças tímidas ou mais ansiosas podem precisar de mais tempo, enquanto as extrovertidas tendem a se ajustar rapidamente.

Em caso de dificuldades persistentes, como problemas emocionais ou comportamentais que não desaparecem, pode ser necessário investigar mais a fundo e ajustar as práticas escolares.

Texto sob a supervisão da editora