O retorno às aulas é sempre um momento de grande expectativa por parte da família e da criança. Novas oportunidades são previstas, mas também alguns “probleminhas” podem retornar.
Estarão de volta os coleguinhas. A família escolhe a escola… mas não pode “escolher” (nas boas escolas é assim!) os coleguinhas da sala de seu filho.
Espaço para a convivência com o diverso
Mais do que a retomada das atividades acadêmicas, a escola oferece um espaço fundamental para a interação social e convivência com o diverso. Esta diversidade é uma riqueza: um valor inestimável.
Leia Também: Ritos de retorno: como ajudar meu filho na volta às aulas
Aliás… a riqueza vem justamente de não se poder estimar. Terá de ser vivido, enfrentado. Os novos coleguinhas de nossos filhos são uma riqueza inestimável.
E como há poucas coisas inestimáveis… só de termos de lidar em família com o fato de que todos teremos “novos coleguinhas” já é uma grande riqueza de oportunidades.
Desafios ampliam o vocabulário existencial da família
Perspectivas, estilos, desafios e competências diversas ampliam o vocabulário existencial da família e da criança.
A co-vivência com colegas diversos, sob a orientação cuidadosa de bons educadores, fornece oportunidades valiosas para o desenvolvimento cognitivo e social. Isso também é escola. Isso também é educação.
A interação com “coleguinhas” na escola é essencial para o desenvolvimento social das crianças: constroem desde habilidades sociais ao aumento da tolerância com frustrações; ordenam a importância do estabelecimento e respeito aos limites, bem como implementam a curiosidade e ampliam o repertório de interesses e linguagens.
Como os pais podem ajudar nesta convivência?
Mas qual a contribuição que os pais podem dar para que esta convivência e parceria entre seu filho e o “novo”, o “inestimável” e o “diferente de si” ocorra a contento?
Primeiro, reafirmando para si mesmos que o medo de que seus filhos “sofram” é natural, mas que eles são adultos e que – portanto –, devem lidar com essa emoção de forma adulta.
Nada de aterrorizar, precaver e antecipar os horrores dos “novos coleguinhas”. Não antecipe o mal que nem aconteceu e pode (e deveria) não acontecer!
A sala de aula é o ambiente da escola e ao escolher a escola você está escolhendo aqueles que tratarão destes “problemas com os coleguinhas” entre os próprios coleguinhas!
Escolher uma escola é delegar esta tarefa educacional àquele certo ambiente educacional.
Segundo, acompanhando seus próprios sentimentos, nós, pais, podemos passar do “medo antecipatório injustificado e maledicente da capacidade do filho de lidar com o diverso e com as dificuldades” para: estimular e promover o diálogo aberto com o nosso filho sobre suas novas experiências!
Antecipe que conversarão sobre tudo!
Reforcemos nas crianças que NÓS admiramos tanto aquela escola, aquela forma de lidar com as coisas naquela comunidade de aprendizagem, que vamos acompanhar para aprender, com nossos filhos, como eles aprendem, como brincam, como resolvem problema, como se dirigem aos seus tutores na escola e aos seus pares.
Garanta (para nossa sanidade mental, mais que para as deles!!) que estaremos juntos na aventura que é: volta as aulas!! Obaaa!!
Terceiro, particularize seus comentários conforme sua criança lhe pergunte, lhe comente ou lhe silencie as coisas.
Não há uma fórmula psicológica comum e geral que sirva a todos os pais e a todas as crianças para enfrentar todos os problemas de todas as diferentes escolas dessa cidade.
Estímulos com segurança e alegria
Teremos de particularizar nossa CALMA: estimulando com segurança e alegria, previamente, nossa criança, a confiar na vida e nos seus aprendizados, podemos dizer da nossa calma de mandá-lo para a escola na qual confiamos.
Repita sempre que a CALMA ajuda qualquer pessoa a aproveitar o melhor de todos os aspectos de uma escola, inclusive com CALMA podemos conhecer de forma ampliada e só com CALMA podemos bem avaliar os novos coleguinhas!
Teremos de particularizar nosso DISCERNIMENTO da situação “voltam as aulas voltam os coleguinhas”. Será que estamos com MEDO? Do quê? Quais são nossos medos antecipatórios?
Manejo das relações interpessoais na escola
É preciso ter muito grande discernimento sobre quais desses medos são as DEFICIÊNCIAS REAIS no manejo das relações interpessoais na escola (… e mesmo assim escolhemos ali fazer a matrícula)?
Será que estamos com “medos” relativos a INABILIDADES temporárias de nossos filhos (e dos filhos dos outros!) que podem se tornar habilidades em algum tempo?
Para isso, a civilização humana coloca filhos em escolas: para aprenderem! Usemos nosso discernimento e aprendamos a lidar conosco, com os filhos e com os coleguinhas-na-escola… ou seja, uma aventura!!
E o que fica fora de nosso controle?
Teremos de particularizar nossa CONFIANÇA em três coisas que ficam fora de nosso controle: a singularidade de nosso filho, a singularidade dos filhos dos outros e a singularidade dos profissionais que, neste ano, vão estar conduzindo os ambientes educativos de interações.
Isso mesmo… hahahaha volta as aulas é uma escola para gente também!! Quantos novos treinamentos!! Singularidades…
Pressupomos muitas vezes que nossos filhos “não darão conta” ou que “vão sofrer porque o coleguinha é mau ou ardiloso” e aí estamos antecipando uma incapacidade!
As crianças saudáveis psicologicamente lidam muito melhor do que os adultos com as intempéries emocionais umas das outras! Elas brigam e tornam a brincar em minutos!
Calma, confie primeiro. Quem sabe as crianças aprimoram-se antes de você interferir?
Acompanhe com calma para intervir só quando for necessário
Acompanhe com CALMA… e só depois de muito ter certeza que você teria mesmo de intervir, ai sim, intervenha… lá… no futuro… agora não! Agora CALMA!
Confiar que o “filho do outro” sendo tão outro possa ser uma riqueza na vida do meu filho não significa ser um pai ingênuo!
Ao contrário! Significa que somos pais parceiros e que ajudaremos A ESCOLA a se tornar um lugar de aprendizados muito significativos, especiais e, – em certos aspectos psicoemocionais e relacionais –, mais importantes que a aprendizagem de “conteúdos”.
O “filho do outro” pode nos ensinar de tudo: da amizade duradoura ao manejo da agressividade sem limites.
Escolha da escola é fundamental
Tudo pode ser aprendido e tudo pode ser bem manejado quando o PAI que contrata uma ESCOLA oferece sua confiança, acompanha seu filho, apoia os processos pedagógicos que contratou e FORNECE o feedback regular, obsequioso e atento aos professores e coordenadores do ambiente educacional!
Se uma situação limítrofe vier a acontecer (e as chances são diminutas!)… tomemos uma providência limítrofe. Não antes! Nem na nossa cabeça!! Não soframos tanto… não criemos sofrimentos para não os transmitir, até inconscientemente (e consistentemente) para nosso filho!
Até lá… voltam as aulas… voltam os mais diversos coleguinhas e a comunidade escolar inteira precisa de pais confiantes, alegres, estimulantes, atentos, cooperativos e parceiros da instituição de ensino a qual confiamos nossos filhos.
Nossos filhos estão em mãos que escolhemos confiar
Até que se prove o contrário (provas ok?… não super proteção ou medos antecipatórios!!) nossos filhos estão em boas mãos!! Aquelas em que nós escolhemos confiar!!
Antecipemos a alegria! Acompanhemos o cotidiano! Participemos da aventura de descobrir e aprender quem são os novos maravilhosos personagens que surgirão no “Livro da Vida” vivida na escola! Não os temamos!
Os acompanhemos com nosso melhor: sorrisos… preces… saudações… educação… virtudes… bons pensamentos… torcida… enfim… acompanhemos os novos companheiros de vida escolar com o nosso MELHOR e com o nosso mais refinado jeitinho de servir à Vida!
Incentivo aos filhos faz toda a diferença
Os pais que incentivam relacionamentos saudáveis entre seus filhos e seus colegas contribuem significativamente para seu desenvolvimento social e emocional.
Conforme as crianças aprendem a trabalhar e brincar com outras, naturalmente desenvolvem as ferramentas cognitivas necessárias para um aprendizado eficaz e uma vida equilibrada e bem-sucedida também fora da escola.
As trocas e os aprendizados que emanam dessas interações são verdadeiros fomentadores de desenvolvimento pessoal e comunitário, fundamentais na formação de cidadãos empáticos, críticos e conscientes.
Volta as aulas… para nós também!