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Em meio a protestos, Festival de Veneza apresenta 'J'Accuse', de Polanski

A seleção do longa-metragem provocou protestos por causa da condenação de Polanski num caso de estupro de menor nos Estados Unidos, na década de 1970

“Eu sou inocente!”, grita Alfred Dreyfus (Louis Garrel) na primeira cena de J’Accuse, baseado no famoso caso do militar francês acusado de espionagem. O caso, que dividiu a França no final do século 19 e foi relatado pelo escritor Émile Zola num jornal, é o tema do filme de Roman Polanski, que está em competição do 76º Festival de Veneza e foi exibido para a imprensa na manhã desta sexta-feira, 30.

A seleção do longa-metragem provocou protestos por causa da condenação de Polanski num caso de estupro de menor nos Estados Unidos, na década de 1970, e das acusações de outras mulheres.

A própria presidente do júri, a diretora argentina Lucrecia Martel, se disse numa posição difícil, por lutar pelos direitos das mulheres na Argentina, e chegou a declarar que não iria ao jantar de gala em homenagem ao diretor. Mas Polanski não apareceu na coletiva de imprensa após a sessão para jornalistas nem deve estar na gala à noite.

O longa é um thriller sobre o caso, partindo de quando Dreyfus perdeu sua patente, mas se concentrando no momento em que seu antigo professor, Georges Picquart (Jean Dujardin), agora encarregado do serviço de inteligência, começa a ver pistas de que Dreyfus podia ter sido condenado injustamente.

Sem a presença de Polanski, os membros da equipe e do elenco evitaram entrar nas polêmicas durante a coletiva de imprensa. “Este é um festival de cinema, não um julgamento moral”, disse o produtor Luca Barbareschi.