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Em nova fase, MC Bin Laden perde 45 kg e bomba na Europa

A Europa e a América Latina o receberam de braços aberto

Foto: Divulgação

Há quatro anos, MC Bin Laden lançava o que se tornaria o maior sucesso da carreira dele até aqui: a divertida Tá Tranquilo, Tá Favorável, que já soma 100 milhões de visualizações no YouTube.

A música, que foi composta e gravada quando o ex-vendedor de sapatos tinha apenas um ano de carreira profissional no funk, o colocou numa posição privilegiada no gênero.

A dança do clipe virou febre em redes sociais e foi adotada até por Neymar para comemorar gols. O clipe simples, que mostrava Bin Laden sem camisa na praia, viralizou na internet.

E a música também ganhou uma nova versão com Lucas Lucco, na qual ele mescla o funk com trechos de sertanejo. Mas ao mesmo tempo que o sucesso garantiu exposição, isso não foi determinante para uma continuidade em alta.

Porém, Bin Laden teve uma sorte restrita a poucos funkeiros: ser abraçado por artistas internacionais. Nomes como Diplo e Skrillex passaram a tocar as músicas dele em festivais pela a Europa nesse mesmo ano.

Os dois, que também formam o duo Jack Ü, convidaram Bin Laden em 2016 para subir ao palco do Lollapalooza, em São Paulo, o que serviu com uma espécie de batismo e portão de entrada para o cantor tentar a sorte no exterior.

A partir de então, a carreira de Bin Laden sofreu uma virada e os olhos dos contratantes gringos ficaram voltados ao músico, que encantou dois dos mais proeminentes produtores e DJs de música eletrônica na atualidade.

“O Skrillex e o Diplo começaram a tocar Bololo Haha na Europa e isso abriu muito espaço. Primeiro fiz parceria com DJ Telio e DBZ, que são grandes em Portugal. E aí começou a vir um pessoal atrás da gente, convites por e-mail. E a gente aceitou tudo. Fizemos parceria até com Tommy Cash, que é da Estonia, e minha música tocou muito lá, sem eu nem esperar e conhecer direito o país”, conta.

Com essa abertura do mercado internacional, Bin Laden chegou até mesmo a ser convidado para realizar um show no MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York, na 19ª edição do Warm UP Festival (que reúne “o melhor de músicos, DJs e sons experimentais – locais e internacionais – de diferentes gêneros”, segundo o próprio evento), em 2016.

Mas foi a partir daí que Bin Laden notou que teria uma segunda dificuldade a enfrentar após conhecer os altos e baixos do mercado nacional: com um nome artístico inspirado no terrorista acusado de ser o mentor dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, em Nova York, no ano de 2001, ele teve o visto de trabalho negado para entrar no país. Desde então, ainda não foi liberado a cantar nos EUA, o que ele até compreende.

“Meu passaporte tá cada vez mais carimbado, então em breve acho que vai rolar o visto para trampar. Até para o Egito e Dubai eu já fui. Fora que depois do Brasil, os Estados Unidos é o pais que mais cogita minha contratação. E se eu entrar, vai ampliar muito o trabalho. Já pensei várias vezes em trocar o nome artístico, mas agora já não dá mais. Já questionei muito se fiz a coisa certa ao adotar esse nome, mas na época fazia sentido. Eu tinha mó cara de maluco. Hoje não faria isso com certeza”, reflete.

Parcerias internacionais

Mas se os Estados Unidos ainda fecham as portas ao Bin Laden do funk, a Europa e a América Latina o receberam de braços abertos. O cantor tem realizado parcerias com artistas de diversos países e algumas das músicas viram clipes também.

Com a cantora holandesa Martine ele gravou o tenebroso clipe de Sucia. Com o espanhol C. Tangana, o dueto gerou o hit Pa’ Llamar Tu Atención, com 20 milhões de visualizações no YouTube e 12 semanas entre as mais tocadas nas plataformas de streaming do país.