Ao que tudo indica, Luciano Huck abriu o coração durante a pandemia ao escrever o livro “De Porta em Porta”, lançado em agosto deste ano. Já à venda na internet, a obra dedica um capítulo inteiro ao irmão do apresentador, o cineasta Fernando Grostein, de 40 anos, que é homossexual. Nesse trecho da narração, o marido de Angélica lembrou que ficou em choque quando soube da notícia.
“Quando Fernando, aos 20 anos, marcou sua posição e falou, ‘olha, eu sou gay, essa é minha vida, isso não é uma escolha, esse é o meu ser, é como eu sou’, eu disse: ‘Ok’. Mas, num primeiro momento, tive um certo choque – por razões que têm a ver com a forma obtusa, estúpida e quase desumana como o mundo dita as regras de comportamento, mas também porque você quer que a vida da pessoa que ama seja uma estrada asfaltada, sem buracos e pouco sinuosa”, escreveu Huck.
No relato emocionado, o apresentador da Globo também disse que a experiência foi uma libertação e admitiu que tinha preconceitos.
“A ‘libertação’ começou naquele dia em que Fernando me mostrou que não éramos nem tão parecidos nem tão próximos quanto eu imaginava (…) Hoje, vejo o quanto os anos e anos em que fui submetido a uma espécie de pós-graduação machista – que assolou e assola minha geração e muitas outras – me tornaram incapaz de enxergar os preconceitos que pensei, disse e fiz, e, pior ainda, as coisas importantes que deixei de pensar, dizer e fazer”, recordou.
Em outro trecho do livro, o próprio Fernando assume a narração e desabafa: “Luciano perdeu o chão, mas o seu instinto imediato foi de acolhimento. Proteção. Lembro que a primeira coisa que ele fez foi me dar a mão, me abraçar e dizer que estávamos juntos. Eu estava buscando aceitação”.