Nesta quinta-feira, dia 1º, Caio Bonfim conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20km nas Olimpíadas de Paris, conquista inédita para o Brasil. Aqueles que estavam na torcida foram à loucura ao presenciar o momento histórico e não poderiam estar mais orgulhosos em ver nossos atletas brilhando.
Caio nasceu para competir no esporte, já que é filho dos também marchadores Gianetti Sena Bomfim e João Sena. Porém, antes de começar a competir na marcha atlética, ele costumava jogar futebol nas categorias de base do Brasiliense, time do Distrito Federal, como lateral-esquerdo.
Sua estreia nos Jogos Olímpicos como marchador aconteceu em Londres 2012, quando ficou como 39º colocado. Já na Rio 2016, voltou ainda mais forte e se posicionou em quinto lugar. Nas Olimpíadas de Tóquio, em contrapartida, foi o 13º colocado. Em campeonatos mundiais possui grandes reconhecimentos, tendo levado medalha de bronze em Londres 2017 e Budapeste 2023.
Segundo informações do COB, o Comitê Olímpico Brasileiro, ele refletiu sobre a medalha de prata e contou que superou muitos estigmas em sua jornada, tendo chegado a ouvir muitas ofensas machistas.
– Medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas. Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de: Vamos, campeão. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador.
Caio também falou que não caiu a sua ficha de que conquistou o feito nas Olimpíadas de Paris:
– Eu não sei dizer para vocês o que significa isso tudo. Não estou acostumado a ser chamado de medalhista olímpico. Sempre foi um sonho. Eu sou de Brasília. Eu cresci com Joaquim Cruz. A nossa bolsa atleta ela começou por causa do resultado dele. E hoje eu tenho uma medalha igual a ele. É um momento especial que representa todos esses anos. Olimpíada não representa apenas um ciclo olímpico. É toda uma vida.
Segundo informações da CNN Brasil, Caio também enfrentou doenças graves quando era criança. O atleta teve meningite aos sete anos de idade, além de duas pneumonias. Por ser intolerante à lactose, não consumia leite e acabou com os ossos frágeis por falta de cálcio, o que resultou em pernas tortas, que foram corrigidas em uma cirurgia realizada quando tinha três anos. Os médicos não acreditavam que ele voltasse a caminhar, mas o marchador não apenas superou as expectativas, como se tornou medalhista olímpico.