A arte imitou a vida de Lulu Moreira! Uma das lojistas mais tradicionais do Centro da Praia, também um dos primeiros shoppings de Vitória que hoje é point certo do jet set capixaba, virou personagem principal de um livro infantil com uma história que se baseia em uma memória da própria infância, ainda em Minas Gerais.
“A Menina Que Pintava Carneiros”, primeira obra de Luiz Fernando Bernardes que será lançada no próximo dia 15, na praça do próprio mall, narra um episódio para lá de inusitado que a empresária de 75 anos de idade viveu com um irmão por volta dos 7 anos de idade.
E o escritor, que também é decorador, só ficou sabendo do caso porque desde que fundou sua Haribol, loja de vestuário, joias e acessórios indianos de Lulu que tem 27 anos, a socialite mantém um hábito social próprio, que é o de servir chás que ela mesma faz com infusões compradas em viagens que fez para fora do Brasil.
“Sempre que vou à Turquia, na volta, preparo chás. Faço em casa e trago para a loja. Às vezes é de hibisco, outras vezes de romã. Sirvo toda tarde. E tem muita gente que vem aqui, nem para comprar, mas aproveita para sentar aqui nas poltronas comigo e conversar. E sempre sirvo o chá, claro. Um dia como Luiz foi assim”, começa.
Na ocasião, em 2017, Lulu relembrou um episódio de quando tinha cerca de 7 anos de idade. À época, na cidade mineira em que morava, o pai da lojista era o único que possuía carneiro para celebração religiosa que era feita todos os anos.
“Todo ano o padre pedia o carneiro emprestado ao meu pai para fazer uma celebração de Nossa Senhora de Fátima. A história remonta a uma passagem dela em que têm três carneirinhos. O único carneiro da cidade era do meu pai (risos). E eu fui com meu irmão lavar o carneiro, porque ele fica meio ‘nude’, não fica branquinho”, continua.
Lulu estava ao lado de uma senhora que lavava roupas à beira de um rio e questionou a mulher sobre como ela conseguia deixar as peças tão branquinhas. “E ela respondeu: ‘Anil. Se quiser, pode usar, porque não faz mal ao carneiro”, fala. A socialite e o irmão, então, pegaram a bacia com o produto, lavaram a pelagem do animal e o pior ainda estava por vir: “O carneiro ficou completamente azul. A gente diluiu pouco e o anil pega muito fácil. A gente tentou lavar de novo, mas aquilo ‘entranhou’ de um jeito… (Risos)”.
Apesar da tragédia, a história teve um final feliz. Quando chegou em casa de volta com o animal pintado, Lulu se justificou para o pai, que ficou nervoso e disse que contaria a peripécia ao padre da cidade. Rápida, ela saiu na frente e foi falar com o pároco primeiro. “Contei tudo para ele e ele foi tão coração… Ele disse assim: ‘Vou falar com seu pai que você o pintou de azul para homenagear o manto de Nossa Senhora’. Mas ele contou essa mentirinha para me proteger, porque outras imagens trazem o manto azul, mas o manto de Nossa Senhora de Fátima, especificamente, é branco”, confidencia.
Na obra, o autor ilustrou a história com carneirinhos desenhados em branco, que podem ser pintados pelas crianças. O próprio livro, em si, vira uma obra de arte. Com dobraduras nas páginas que são indicadas ao fim da obra, é possível transformar o item em um arco-íris. Na historinha, a menina, também Lulu, colore o animalzinho de várias cores e anda com a narrativa com base nessa aventura colorida.
O LIVRO
O livro já está à venda por R$ 40 pelo Instagram (@ameninaquepintavacarneiros) e o lançamento oficial da obra acontece às 16h do dia 15 deste mês na praça central do Centro da Praia, em Vitória.