A exposição intitulada “Fratura”, da artista Geisa da Silva, será aberta nesta terça-feira (12) a partir das 17 horas. A mostra fica exposta até o dia 18 de novembro na galeria Homero Massena, no Centro de Vitória, de segunda à sexta-feira, de 9h às 18 horas, e aos sábados e feriados de 10h às 16h.
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A exposição usa um jogo de luz e sombra para trazer à tona o silenciamento de mulheres. A cartografia é utilizada, bem como palavras que se repetem e se cruzam, mas nem sempre são vistas a olho nu.
Depoimentos colhidos pela artista ao longo de três anos estão escritos com tinta invisível na parede da galeria, mas caberá ao ocupante do espaço, como uma testemunha (da exposição e dos relatos) escolher o que fica à mostra ou escondido, na medida em que posiciona sua sombra contra a luz branca e a tinta, ativada com luz negra, aparece.
No teto da galeria, uma sequência de cadernos em branco representa o que ainda está por dizer, e a proposta educativa convoca a produção de narrativas e sentidos presentes (ou não) na galeria.
“O silenciamento é algo que toda mulher vive, então eu necessito de falar desse silenciamento. Quem silencia as mulheres e quanto a gente contribui pra silenciar mulheres?”, explica Geisa.
Há um silenciamento das atitudes, um silenciamento do riso, em relação ao que a mulher sente também… as mulheres convivem com o silenciamento diário em nossa sociedade.
A montagem da exposição, em si, já anunciou que o espaço será de acolhimento e de fraturas. Durante o processo, nove mulheres, incluindo a artista e as arteeducadoras Adriana Magro e Jordana Rosa, escreveram nas paredes da galeria os depoimentos que Geisa colheu desde seu projeto Mapa da Violência Contra a Mulher, realizado em 2019.
“As pessoas estavam escrevendo relatos na parede da galeria, relatos de assédios. Dez mulheres estavam ali escrevendo e montando uma exposição com esses relatos. Elas estavam se acolhendo, era um momento muito bonito e emocionante. Todas as mulheres ali, em alguma medida, já tinham sofrido assédio, e elas estavam se fortalecendo juntas. Foi incrível ver essa energia de acolhimento e formar uma rede de apoio caso alguém precise”, narrou uma das presentes, que preferiu não se identificar.
Para a coordenadora da Galeria Homero Massena, Ivone Carvalho, é uma alegria receber a exposição, aprovada no edital de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Espírito Santo, com recursos do Funcultura.
“Uma exposição com mulheres tão potentes fortalece o espaço da Galeria Homero Massena como de acolhimento para elas. Vamos receber com muito carinho quem vier, estamos muito empolgadas com essa sequência de exposições empoderadoras, emocionantes e belas”.
A curadoria da exposição ficou por conta da professora universitária e artista Adriana Magro, que buscou um caminho poético para a consolidação da proposta.
Adriana trabalhou, também, a proposta educativa para receber os estudantes. Serão estratégias de mediação que buscarão inserir quem estiver na galeria dentro da exposição, produzindo as próprias narrativas, com apoio inclusive de um material educativo interativo que cada um pode montar.
“Eu e Jordana Rosa, a gente trabalha com processos de significação. Então deixa o espectador e a espectadora sentir o que a exposição está trazendo e deixa ele/a elaborar seus próprios sentidos”.
“FRATURA”, DE GEISA DA SILVA
Abertura: terça-feira (12)
Hora: a partir das 17 horas
Fica até dia 18 de novembro de segunda à sexta-feira, de 9h às 18 horas, aos sábados e feriados de 10h às 16h
Local: Galeria Homero Massena – Rua Pedro Palácios, 99, Cidade Alta, Centro de Vitória.