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Faustão: médico fala de transplante e como está saúde; entenda fila

Esposa do apresentador que fazia programa na Band ao vivo também já usou redes sociais para dar notícias de Fausto, que está internado com quadro grave de doença; saiba tudo

Foto: reprodução/tv globo

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, de 73 anos de idade, pode enfrentar uma espera estimada entre dois a três meses por um coração para o transplante – no mínimo.

Essa é a média fornecida pelo Hospital do Coração (HCor), situado em São Paulo, instituição de referência no tratamento de doenças cardíacas graves. 

No entanto, de acordo com a CNN Brasil, quando a gravidade é menor, o período de espera pode se estender até 18 meses.

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Conforme entrevista à CNN, o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel explica que o processo de transplante cardíaco envolve a existência de duas filas de espera distintas.

A primeira é composta por pacientes estáveis, que não requerem medicamentos constantes e não precisam permanecer hospitalizados de forma contínua. Por outro lado, existe uma fila de prioridade.

Nesta última, os pacientes apresentam piora progressiva da função cardíaca, com uma fração de ejeção abaixo de 30%, necessidade de medicamentos para manter a pressão arterial estável, dependência de dispositivos mecânicos para auxiliar o funcionamento do coração e evidências de insuficiência de outros órgãos, como uma insuficiência renal que requer terapia de hemodiálise.

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Segundo a CNN, no boletim médico mais recente do apresentador, a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein detalha a prioridade do procedimento a ser realizado. 

Faustão está sob cuidados intensivos, sendo medicado para otimizar a função de bombeamento do coração. 

Ele está passando por sessões de diálise, um procedimento artificial utilizado para eliminar substâncias residuais e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não desempenham sua função adequadamente.

“Nesta fila de prioridade, a chance do transplante acontecer mais rapidamente é realmente concreta, visto que os corações oferecidos em doação serão primeiramente direcionados para pacientes em estado mais grave”, disse o especialista.

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Gabriel comenta a CNN que “mesmo em prioridade, existe a necessidade de um mínimo de compatibilidade entre doador e receptor, quanto aos aspectos de biotipo físico e algumas provas imunológicas”.

No Brasil, todos os transplantes de órgãos passam pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), sejam eles custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por planos de saúde ou pagos pelo paciente.

Entretanto, em cada estado ou região, é elaborada uma lista específica, e todas essas listas são supervisionadas tanto pelo sistema quanto por outras entidades de supervisão do governo federal.

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Segundo a CNN, a fiscalização é realizada para garantir que nenhuma pessoa esteja incluída em mais de uma lista e que nenhuma normal legal seja violada.

FILA

De acordo com Roberto Kalil, presidente do InCor e apresentador do CNN Sinais Vitais, a fila por um transplante cardíaco pode variar conforme o estado de saúde do receptor.

O cardiologista afirmou à CNN que um paciente internado em estado grave pode esperar por meses até que o STN encontre um coração compatível. No caso de pacientes que estão em casa com tratamento ambulatorial, a fila pode se estender por até dois anos.

A fila única de transplantes do SUS passou de 50 mil pessoas apenas em 2023. Desse total, quase 30 mil pacientes esperam por um transplante de rim.

Uma tabela atualizada em junho deste ano e publicada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia mostra quais órgãos são mais procurados. Conforme a lista, 55% dos pacientes aguardam um rim, 43,5% esperam por novas córneas, 0,9% precisam de um novo fígado, e menos de 0,6% esperam na fila de um novo coração.

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Os números não necessariamente refletem a realidade de todo o país, mas servem para nos dar uma ideia geral de como funciona. Atualmente, a fila única de transplantes de coração do SUS é de 386 pessoas, segundo a Central Nacional de Transplantes (CNT), ligado ao STN.

De acordo com a CNN, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 244 transplantes cardíacos realizados no país, número 16% superior ao do mesmo período do ano passado.

Conforme Kalil, o Brasil tem vários centros capacitados para a realização de transplantes cardíacos. O problema, no entanto, é a falta de doadores, que acaba alongando a fila de espera.

“O Brasil tem muito menos doadores do que o necessário. A fila é controlada pela secretaria da saúde e depende do paciente ter prioridade ou não para o transplante. Os números de brasileiros está muito aquém para diminuir as filas não só do transplante cardíaco, mas dos transplantes de uma maneira geral”, afirmou.

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Segundo o Mega Curioso, são diversos os critérios considerados ao selecionar o próximo paciente a receber um transplante, contudo, todos aguardam em uma única fila. Independentemente do tipo de procedimento esperado, seja para um coração ou um fígado, todos permanecem na mesma fila.

Inicialmente, pode parecer um tanto confuso: por exemplo, se a pessoa na frente da fila espera um rim, mas surge um coração disponível, como fica a situação? A resposta é simples: o paciente à espera do rim continua na fila, enquanto outra pessoa, baseada em diversos critérios de seleção, é escolhida na sequência.

Um critério que sempre é considerado é a idade do paciente: quando há compatibilidade, crianças têm sempre prioridade em relação a adultos.

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