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Filha de Beth Carvalho relembra problemas de saúde da mãe e diz que tentou impedir último show da cantora

Beth Carvalho morreu em 30 de abril de 2019, menos de uma semana antes de seu aniversário de 73 anos de idade. Para celebrar a memória da cantora em seu aniversário, que seria comemorado na última quarta-feira, dia 5, o programa Conversa com o Bial da última quinta-feira, dia 6, conversou com a filha e com o afilhado da artista, que foi considerada madrinha do samba brasileiro.

Entre vídeos de antigas apresentações feitas por Beth e imagens de um documentário que, de acordo com Pedro Bial, estaria praticamente pronto para ser lançado, Luana Carvalho e Dudu Nobre falaram sobre como a moça branca saída da Zona Sul do Rio de Janeiro havia conseguido trazer visibilidade para o samba da periferia – apesar de destacarem que isso não tira o mérito dos grandes artistas:

– O samba é muito maior que a minha mãe e ela tinha consciência disso. E Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Arlindo Cruz são imensos, independentemente da minha mãe. Mas o fato é ter tido alguém que tenha conseguido ajudá-los a chegar em certos ouvidos e, principalmente, a maneira que ela conseguiu de estimular a autoestima destes artistas.

Dudu concordou, e relembrou uma frase muito dita por Beth:

– Uma coisa que ela sempre falava: Vocês têm que estar sempre reafirmando a condição de grandes sambistas que vocês são.

Além de falarem sobre a carreira de Beth e sobre a importância da cantora para a popularização do samba, Luana destacou que a preocupação da mãe para com o público era maior do que para com sua própria saúde, e admitiu que tentou impedir o último show da cantora:

– As pessoas são muito mais fãs do que qualquer outra coisa. O amor por Beth Carvalho transcende a Elisabeth. Mas eu, há muito tempo, estava interessada na saúde só da Elisabeth Santos, a minha mãezinha, que estava em uma situação muito difícil. Mas entendi, aos poucos, que ela era um exemplo para o seu público.

A dedicação de Beth era tanta que em sua última apresentação, realizada em 2018, ela cantou deitada por conta de uma forte dor na coluna que a impedia de ficar muito tempo de pé ou até mesmo sentada. Foram situações como essa que fizeram Luana perceber que cantar samba era algo enraizado em sua mãe:

– Sei que minha mãe me amava muito, era uma grande mãe, uma grande mulher, mas não tinha nada que ela fosse mais essencialmente do que uma artista cantora de samba.