A história por trás da criação de Magic: The Gathering é tão fascinante quanto o próprio jogo, repleta de criatividade, inovação e uma dose generosa de acaso.
Mais de 30 anos depois, e os números de Magic continuam impressionantes: É estimado que existam mais de 21 mil cartas únicas no Magic, mais de 20 milhões de jogadores e 20 bilhões de cartas impressas destacam como a popularidade do jogo continua a crescer.
Se você já é um jogador experiente ou não sabe diferenciar o que são terrenos básicos de seus Planeswalkers, aqui está tudo que você precisa saber sobre Magic: The Gathering.
A ORIGEM
Tudo começou nos corredores da Universidade da Pensilvânia, onde Richard Garfield, um jovem estudante de matemática, estava prestes a dar vida a um dos jogos de cartas mais influentes de todos os tempos.
Garfield, apaixonado por jogos de estratégia e fantasia, começou a desenvolver uma ideia para um novo tipo de jogo de tabuleiro enquanto trabalhava em seu doutorado em matemática.
Inicialmente, seu conceito era um jogo de tabuleiro chamado “RoboRally“, envolvendo robôs em uma corrida caótica. Mas, quando apresentou o jogo à Wizards of the Coast, empresa que o contratou para desenvolver jogos, eles se interessaram mais por um jogo de cartas que Garfield havia prototipado.
Esse jogo de cartas, parte de uma série de jogos de mesa que ele criou durante seu doutorado, acabou sendo refinado e se tornou Magic: The Gathering.
Inspirado por sua paixão por jogos de tabuleiro, Dungeons & Dragons e estratégias matemáticas, Garfield buscava criar uma experiência única, combinando elementos de sorte, habilidade e imaginação.
Em 1993, após meses de desenvolvimento e testes, Magic: The Gathering foi apresentado ao mundo. Lançado pela Wizards of the Coast, o jogo rapidamente cativou os jogadores com sua combinação única de estratégia, colecionismo e narrativa imersiva.
Uma das inovações mais revolucionárias de Garfield foi o conceito de “mana“, uma mecânica central que exige que os jogadores usem recursos para lançar feitiços e invocar criaturas.
Essa mecânica adicionou profundidade estratégica ao jogo, incentivando os jogadores a equilibrar cuidadosamente suas escolhas e adaptar suas estratégias conforme a partida avança.
Além disso, a natureza colecionável de Magic: The Gathering foi um grande atrativo. Com milhares de cartas únicas disponíveis, os jogadores tinham a liberdade de personalizar seus decks de acordo com seu estilo de jogo e preferências pessoais.
Isso criou uma comunidade vibrante e diversificada de jogadores, cada um trazendo sua própria abordagem e criatividade para o jogo.
Quanto ao nome original do jogo antes de se tornar Magic, ele era conhecido como “Mana Clash“. Originalmente, Garfield concebeu a ideia de que o nome do jogo seria alterado a cada nova expansão, como Magic: Era Glacial com o lançamento da edição Era Glacial.
No entanto, a proposta foi descartada, e o nome “Magic: The Gathering” foi escolhido como uma alternativa, com “Magic” representando o elemento central de conjurar magias e “The Gathering” sugerindo a ideia de encontros e reuniões entre jogadores para duelos.
Ao longo dos anos, Magic continuou a evoluir e se expandir, introduzindo novos conjuntos de cartas, mecânicas inovadoras e histórias emocionantes.
O legado de Richard Garfield e sua criação extraordinária perdurará por gerações, continuando a encantar e inspirar os amantes de jogos de todo o mundo.
Ok, BOA HISTÓRIA, MAS COMO SE JOGA O MAGIC: THE GATHERING?
Bom, de forma bem resumida, cada jogador precisa de um deck de pelo menos 60 cartas. Cada um começa com 20 pontos de vida.
Durante o jogo, os jogadores alternam turnos, jogando cards de terreno para gerar mana, que são a energia usada para lançar feitiços e invocar criaturas.
Eles também podem lançar feitiços e invocar criaturas para lutar contra o oponente. O objetivo é reduzir os pontos de vida do oponente a zero, seja atacando diretamente com criaturas ou lançando feitiços que causem dano.
O primeiro jogador que tiver a melhor estratégia para reduzir os pontos de vida do oponente a zero vence a partida e se vangloria diante de seu oponente (de forma respeitosa é claro XD).
À medida que os jogadores ganham experiência, podem utilizar táticas avançadas e tipos de cartas com efeitos cada vez mais sofisticados, como artefatos, encantamentos e os icônicos Planeswalkers.
AS CARTAS NÃO-VENDÁVEIS, SABE O QUE É ISSO?
No universo de Magic: The Gathering, existem cartas exclusivas conhecidas como “cartas não-vendáveis”, que não estão disponíveis para compra em lojas ou em boosters.
Essas cartas são raridades cobiçadas por colecionadores e são criadas como prêmios especiais para torneios ou para celebrar eventos importantes do jogo. Um exemplo é a “1996 World Champion“, representando o vencedor do Campeonato Mundial de Magic em 1996.
Devido à sua raridade e indisponibilidade para compra, essas cartas têm alto valor no mercado de colecionáveis de Magic, podendo alcançar preços exorbitantes em leilões e negociações privadas.
CARTAS QUE FORAM PROIBIDAS ATÉ NO PENSAMENTO
existem cartas que nunca viram a luz do dia em um pacote de booster ou em uma loja de jogos.
São cartas proibidas de serem impressas, devido aos seus efeitos poderosos, mecânicas controversas ou por representarem um risco ao equilíbrio do jogo.
Essas cartas, muitas vezes cercadas de mistério e intriga, permanecem como relíquias ocultas, conhecidas apenas por um seleto grupo de pessoas dentro da comunidade de Magic.
Um exemplo famoso de uma carta proibida de ser impressa é “Chaos Orb“, uma carta do conjunto “Alpha” de Magic que permitia ao jogador RASGAR fisicamente a carta sobre o tabuleiro para destruir outras cartas.
Algumas cartas foram banidas devido a seu conteúdo sensível. “Invoke Prejudice” (Coleção Legends de 1994) e “Stone-Throwing Devils” (Coleção Arabian Nights de 1993) foram banidas por representações racistas.
“Jihad” (Coleção Arabian Nights de 1993) levantou controvérsias devido ao seu nome. “Crusade” (Coleção Alpha de 1993), embora não banida oficialmente, gerou debates devido ao seu tema religioso. Esses casos destacam a importância da sensibilidade cultural na criação de cartas de Magic.
OS CROSSOVERS
A Wizards of the Coast realizou várias colaborações com diferentes franquias ao longo dos anos, trazendo personagens e elementos de outras mídias para o universo do jogo.
Uma das colaborações notáveis foi com a série de videogames “Street Fighter“, resultando em cartas promocionais apresentando personagens como Ryu e Chun-Li entre muitos outros.
Outro crossover ocorreu com a franquia “Transformers“, com cartas promocionais de Magic: The Gathering destacando robôs como Optimus Prime e Megatron, proporcionando aos fãs experiências emocionantes e nostálgicas.
Além disso, se uniu a outras propriedades intelectuais, como “Jurassic Park“, “O Senhor dos Anéis” e “Warhammer“, para produzir cartas temáticas e eventos especiais, expandindo o alcance e a influência do jogo.
Esses eventos de crossover demonstraram a versatilidade e o apelo duradouro de Magic: The Gathering, enriquecendo a experiência de jogo e deixando os colecionadores malucos.
O MAIOR DECK DE MAGIC
Em 2017, o jogador StewieP desafiou as convenções de Magic: The Gathering ao criar o maior deck já registrado em um torneio oficial, com 1.101 cartas.
Sua motivação era buscar singularidade e explorar os limites do jogo, optando por uma abordagem única em vez de estratégias convencionais.
Apesar dos desafios únicos que um deck tão grande apresentava, StewieP demonstrou habilidade e compreensão profundas das mecânicas do jogo. E não, ele não ganhou o torneio com esse deck gigantesco XD.
TERRORISMO EM TORNEIO
Em 2005, o Grand Prix Columbus, um torneio de destaque de Magic: The Gathering, foi interrompido por uma ameaça de bomba, causando evacuação imediata e caos entre os participantes e organizadores.
O incidente gerou medo e preocupação na comunidade de Magic, levando a medidas adicionais de segurança em eventos futuros.
Embora não tenha ocorrido uma explosão, o impacto emocional foi profundo, destacando a importância da segurança em eventos públicos.
Desde então, a Wizards of the Coast e outras organizações têm implementado protocolos mais rigorosos para garantir a segurança dos participantes, transformando o incidente em um catalisador para uma maior conscientização e preparação.
A CARTA MAIS COBIÇADA DE MAGIC THE GATHERING
A “Black Lotus” é uma das cartas mais lendárias e valiosas do mundo de Magic: The Gathering, lançado originalmente como parte do conjunto “Alpha” em 1993.
Oferecendo uma vantagem incrível aos jogadores ao permitir a produção de três manas de qualquer cor, sua raridade se deve à sua impressão limitada e à perda de muitas cópias ao longo dos anos.
Em 2019, uma cópia bem conservada foi leiloada por um recorde de $166.000 (algo em torno de R$729 na cotação da época), destacando sua demanda e valor no mercado de colecionadores e entrando para história como a carta mais cara de card game..
Esta venda reafirmou o fascínio duradouro e a paixão intensa que Magic: The Gathering continua a gerar entre os colecionadores e entusiastas em todo o mundo.
O BIZARRO CASO DOS IRMÃO CORMIER
O caso dos irmãos Christopher e William Cormier é um dos eventos mais sombrios e trágicos associados à comunidade de Magic: The Gathering. Em 1997, no Canadá, esse caso chocou jogadores e a opinião pública em geral.
Tudo começou com uma disputa sobre cartas de Magic. Christopher e William Cormier, ávidos jogadores do jogo, cobiçavam as valiosas cartas de um colega jogador, Chris Waters.
Essas cartas, consideradas preciosidades pelos irmãos, eram objeto de desejo devido ao seu alto valor no mercado de colecionáveis de Magic: The Gathering.
A disputa por essas cartas acabou escalando para um confronto violento e fatal. Em um ato terrível e sem sentido, os irmãos Cormier assassinaram Chris Waters. A vítima foi encontrada em seu apartamento, onde havia sido brutalmente agredida e morta.
A notícia do assassinato de Chris Waters chocou a comunidade de Magic: The Gathering e trouxe uma nuvem de tristeza e horror sobre o jogo. A ideia de que uma disputa sobre um jogo de cartas colecionáveis poderia levar a um ato de violência tão extremo deixou todos perplexos.
Logo após o crime, os irmãos Cormier foram presos e posteriormente condenados pelo assassinato de Chris Waters. Eles foram sentenciados pelo crime que cometeram pegando prisão perpétua.
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