Giovanna Ewbank fez uma chamada ao vivo para o programa Se Joga desta quinta-feira, dia 3. A apresentadora falou sobre a sua palestra no TED, uma organização de conferências com o objetivo de disseminar ideias pelo mundo, e confessou que ficava bastante incomodada quando as pessoas a perguntavam sobre filhos biológicos, já que ela já é mãe de Titi, de seis anos de idade, e Bless, de quatro anos, ambos adotados no Malawi, na África.
– Durante esse tempo todo eu refleti muito. Percebi que muitas pessoas não tem o entendimento do que é adoção. E adoção é sim maternidade e paternidade. Me perguntam E o filho de vocês, vem quando? Isso começou a me incomodar, e a cada ano eu passava a mudar o meu jeito de falar. E muitas vezes isso era perguntado na frente da minha filha, que tem seis anos. E ela já tem um entendimento de tudo. Eu acredito que essas pessoas não fazem essa pergunta por mal. Mas é preciso ter responsabilidade e sensibilidade. Quando eu chego em casa, eu fico destruída, um buraco no meu coração. porque eles são os meus filhos.
Gioh ainda fez uma reflexão sobre o machismo, dizendo que acaba sofrendo mais cobranças em relação à sua família por ser mulher.
– A gente vive e foi educado em uma sociedade machista. O importante é que a gente está em um momento de conscientização. Mas o que eu vejo em relação a essa história da constituição da nossa família, é que a culpa sempre é da mulher. Eu não tenho a obrigação de provar se eu estou estéril ou não. Eu quis tocar nesse assunto porque é cruel o lugar da mulher perante a sociedade, a família… A gente tem que estar sempre lutando contra isso e enxergar, porque às vezes a gente também pode ter uma atitude machista. A maternidade me deu muitos presentes e um deles é esse de refletir sobre o machismo estrutural.
Por fim, apontou o preconceito que existe na hora de adotar uma criança, dizendo que a escolha por Titi veio do coração.
– Quando você entra numa fila de adoção, geralmente as pessoas querem bebês brancas, saudáveis… É como se entrasse em uma lojinha e escolhesse as crianças. Eu nunca tive vontade de ter filhos, nem biológicos, nem de coração. Comigo, a minha história foi com a minha filha. Quando eu a encontrei, eu quis ser mãe exclusivamente dela. E com ela venho aprendendo muitas coisas, uma delas é o racismo e o preconceito. Com o meu segundo filho, sinto que hoje estou mais segura e mais preparada para falar sobre isso.