Após dois anos em que o processo corre na justiça, Harvey Weinstein foi declarado culpado nesta segunda-feira, dia 24, pelos crimes de estupro e assédio sexual. De acordo com informações do site E! News, o júri, composto por sete homens e cinco mulheres, demorou cinco dias para chegar em um veredito. Ele será sentenciado e receberá sua pena no dia 11 de março, e pode pegar de cinco a 25 anos de prisão.
Harvey foi condenado por dois dos cinco crimes pelos quais estava respondendo no julgamento de Nova York, nos Estados Unidos: por assédio contra Mimi Haleyi em 2006 e estupro contra Jessica Mann em 2013. Ele foi considerado inocente de dois casos de abuso sexual e um caso de estupro.
Além do julgamento em Nova York, um outro processo corre em Los Angeles, na Califórnia. Nele, Harvey enfrenta mais quatro acusações de estupro, assédio e abuso sexual. Após o veredito do júri, o advogado do produtor pediu para que ele pagasse uma fiança pelos crimes, o que foi negado pelo juiz. Tina Tchen, presidente da Time’s Up Foundation, movimento que ajudou que o caso de Harvey viesse á público, falou sobre o assunto:
– Esse julgamento – e não apenas a decisão do júri hoje – marca uma nova era da justiça, não apenas para as quebradoras do silêncio, que se pronunciaram sob um grande risco pessoal, mas para todos os sobreviventes de assédio, abuso e agressão no trabalho.
Desde que o nome de Harvey veio à tona, várias mulheres acusaram o produtor de assédio e abuso, além de revelarem que ele as coagia dizendo que elas perderiam a carreira se não ficassem com ele. Agora, durante o programa 60 Minutes, a modelo Ambra Batullana Gutierrez trouxe à público um áudio de uma conversa com o produtor, em que ele diz:
– Se você não confiar em mim, nós não temos porquê fazer nada, e você perderá grande oportunidades.
Ela contou que foi chamada para uma reunião com Harvey quando chegou em Nova York, aos 22 anos de idade, e que ele tentou beijá-la e tocou seus seios. Ambra, então, foi até a polícia, que pediu para que ela voltasse a se encontrar com ele e gravasse a conversa. Após isso, ela entrou com um processo contra o produtor, mas foi desacreditada e intimidada e acabou assinando um acordo de confidencialidade avaliado em um milhão de dólares em 2017, que dizia que os áudios gravados por ela não poderiam ser trazidos à tona.