Lorena Comparato é uma atriz de peso. Com uma vasta lista de produções em sua carreira, como Pé na Cova e Rock Story, em 2022 ela esteve em produções como Renga Hits, do Globoplay, e Não Foi Culpa Minha, do Star+.
Em certo momento deste ano, a atriz, em um ato de coragem, decidiu falar em uma entrevista para a Marie Claire sobre um assunto delicado e difícil para muitas mulheres. Lorena sofreu assédio por um membro de sua família. A revelação ganhou uma grande e positiva repercussão, vinda principalmente de mulheres que se identificaram com sua história e se sentiram acolhidas.
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Em entrevista, Lorena contou como se sentiu com toda repercussão, e também deu mais detalhes sobre como foi falar sobre este assunto publicamente pela primeira vez.
– Cara, é um momento de muita dor, de muito alívio também. A série Não Foi Minha Culpa, do Star+, com certeza também dá o que falar. Ela é uma série muito importante porque realmente denuncia muita coisa. E eu sinto que durante o processo da produção e ao longo desses últimos tempos, meus processos de terapia têm sido realmente investigar as coisas que eu já vivi e botar isso tudo para fora, fazer uma matéria daquelas para a Marie Claire requer muita responsabilidade porque mexe com muita coisa, sabe? Não só comigo, minha família e as pessoas a minha volta, mas também com muita gente que ainda está concatenando tudo o que eu falei ali.
A atriz contou que após abrir este lado íntimo de sua vida, muitas pessoas começaram a mandar mensagens para ela, tendo se identificado com o ocorrido e também se sentido acolhidas, no sentido de verem que não estão sozinhas.
– A gente tem recebido muitos relatos, eu, minha equipe, acho que isso acaba terceirizando, porque o que eu mais gosto disso tudo é o alívio que dá de eu poder falar desse assunto, das pessoas estarem me acolhendo tanto, e das pessoas pensarem que elas podem falar sobre essa questão, porque eu acho que é falando dela que a gente vai realmente conseguir parar, fazer com que acabe. Então eu sinto que é muita responsabilidade, muita tristeza e dor, mas de certa forma é um alívio, uma felicidade de eu também ter as ferramentas para poder falar disso e poder ajudar as pessoas.
Apesar de existir todo um sentimento de dor acerca do assunto e de ser algo que ninguém gostaria de viver ou ver o outro passando, Lorena entendeu que infelizmente a situação é mais comum do que ela imaginava, e isso também contribuiu para dar início a um processo de cura tanto nela, quanto em outras pessoas.
– É muito louco falar disso porque é uma coisa tão difícil, tão dura, mas eu sinto uma certa felicidade de eu não estar sozinha, sabe? Porque a gente questiona muito a nossa sanidade, a gente se culpa muito. Eu pelo menos faço isso. E aí quando você entende que isso acontece com muita gente, eu sinto que essa culpa e essa solitude diminuem, porque as pessoas estão te dizendo que aquilo ali é uma parada muito dolorosa, mas muito mais comum do que você imagina. Então está sendo difícil, intenso, mas eu vejo que é um grande processo de cura, e também um grande processo de cura para o mundo. A gente tem que conversar sobre esse assunto porque eu ouso dizer até que tem muita gente que entra nesse lugar desse masculino tóxico que nem dimensiona que está nele. E eu acho que é nesse lugar que a gente tem que conversar, falar com homens e mulheres, porque a verdade é que só vai mudar quando os agressores mudarem.