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Ex-paquita de Xuxa revela luta contra esclerose múltipla: 'Meu mundo desabou'

Luise Wischermann revelou ter a mesma doença de Claudia Rodrigues e pede ajuda em vaquinha virtual para conseguir R$ 120 mil a fim de lançar livro

Foto: Reprodução
Luise Wischermann na época do Xou da Xuxa

Luise Wischermann, mais conhecida por ter sido a Pituxa Alemã, uma das paquitas de Xuxa Meneghel, revelou que sofre com a esclerose múltipla há alguns anos – a mesma doença de Claudia Rodrigues e Selma Blair. Por meio das redes sociais, ela anunciou o livro “Por Que Não Eu?” e pediu ajuda, por meio de um site de financiamento coletivo, para conseguir R$ 120 mil e lançar a publicação.

No site de financiamento coletivo, ela escreveu um grande texto para contar como foi a descoberta de sua doença:

Sabe quando a vida sorri pra você desde sempre? Infância perfeita, adolescência trabalhando como paquita, vivendo o sonho de milhares de meninas no Brasil, estudo no exterior, trabalho em TVs estrangeiras, até que um dia, tudo muda. Essa é a minha história e somos milhares de pessoas na mesma condição de saúde que a minha, esclerose múltipla. Quero inspirar você e mostrar que tudo é possível, com fé, resiliência e positividade. A vida vira a gente ao avesso, mas descobri que o avesso era o meu certo, começou.

No ano de 1997 começaram a aparecer os primeiros sinais de esclerose múltipla. Um dia ela acordou e sua vista estava prejudicada, mas quando foi a um oftalmologista, que não soube precisar exatamente o que havia acontecido, ela acabou indo a outro médico, que resolveu interná-la.

Foto: Reprodução
A loira nos dias atuais

Fui internada às pressas num hospital de Munique. Me colocaram no nono andar, onde ficavam os pacientes com problemas mentais. Fiquei num quarto com outras duas senhoras, uma italiana e uma outra senhorinha que chorava muito, pois era sozinha e não recebia visitas de ninguém. Bom, não me lembro da primeira noite, mas como era um andar de pacientes com problemas mentais, as janelas tinham grades, para que ninguém se jogasse. Acordei e, sem qualquer explicação, passaram a me injetar altas doses de corticoides na veia, o que me deixou bem inchada e dolorida.

Ela continua:

Foi aí que começaram os testes para saber se minhas faculdades mentais estavam normais: fizeram testes de choques comigo, para ver se eu tinha reações normais. Eram choques que me doíam tanto que as lágrimas não escorriam pelo meu rosto, mas literalmente pulavam dos meus olhos… fiz testes de xadrez para ver o que que eu enxergava, e, com uns fios na cabeça, fiz mais testes, esses sem dor e então, me levaram para uma sala, onde sentei de bruços numa cadeira, apoiaram meus braços nas laterais, e, enquanto duas enfermeiras me seguravam e sem qualquer aviso prévio, enfiaram uma agulha na minha medula. Nunca senti tamanha dor, e, pior, sem saber porque faziam aquilo. Chorava muito, muito, muito.

Finalmente veio o diagnóstico:

Comecei a sentir desequilíbrio andando pelas ruas perto da minha casa em Toronto e também não sentia frio, por vezes fazia 20 graus abaixo de zero e eu saía de casa sem casaco, com um xale e um chapéu. Eu simplesmente não sentia frio. Meu médico começou a ter suspeitas de que algo muito errado estava acontecendo comigo. Pouco tempo depois, subindo as escadas do meu apartamento, no degrau 18, desmaiei… nove pontos no rosto, muitos roxos pelo corpo e dois dentes quebrados. Assim descobrimos a tal da Esclerose Múltipla. (…) Era o ano de 2005 e pouco se sabia sobre a esclerose múltipla. Como que isso foi acontecer logo comigo? Não entendi nada. O que fazer? Para onde ir? Como seguir? Meu mundo desabou. Como isso mudaria minha vida daqui pra frente? Ainda fico com raiva, choro, fico frustrada? Claro que sim e muito tudo isso, mas achei armas para me fortalecer, me ajudar, focar e crescer.

Tenso, né?