Netinho de Paula recordou o episódio de agressão à ex-mulher, Sandra Crunfli, ocorrido em 2005, que o levou na época a parar nas páginas policiais. Em conversa ao podcast Inteligência Ltda, o músico relembrou como se deu o conflito.
“Eu tive uma companheira, a Sandra, que foi uma grande parceira minha, na verdade a gente namorou dois anos e moramos juntos dois anos. Foi em 2005. E a gente acabou tendo um desentendimento nosso, de casal, em que houve agressão. Bateu, bateu.
Na hora que ela bateu, eu bati também. Teve briga, a gente brigou. Mas a gente nunca tinha brigado. A gente era muito amigo. [A relação] estava no final, a gente já estava sabendo que não estava legal, mas aconteceu uma situação, [eu peguei] um flagrante [dela] que eu dei, ela não gostou, ficou sem jeito, e a coisa ficou virou aquilo.
No ato da agressão [dela], eu bati, mas depois, a gente conversou, a gente se entendeu e tudo bem. Na época ela foi para imprensa falar”.
Na ocasião, Sandra chegou a abrir uma ação na Justiça contra o pagodeiro, e pouco tempo depois ela retirou o pedido e tudo acabou bem entre eles. O apresentador também quis saber de Netinho como ele enxerga a situação, afirmando ao músico que o que ele fez foi uma coisa errada.
“Qualquer pessoas em sã consciência ou que tomou um tapão na cara, um murro ou um soco, a pessoa fica quieta e vai embora. Certo? Qualquer pessoa. Mas o seguinte, a gente não foi criado assim. Aí tem o machismo, né, cara. Tem a coisa do ‘vou apanhar? Não. Vou ter que devolver’.
E isso é uma coisa da ignorância machista, tem que entender isso, admitir isso. Ali na verdade eu fui ‘pra grupo também’, eu não tinha que ter revidado. A melhor coisa não era para ter discutido (…) Ali foi ruim para nós e eu só puder conviver bem com isso só depois que a gente pode sentar e conversar, trocar ideia, fazer uma análise do que aconteceu. Erramos, erramos”.
Netinho, que é pai de sete filhos, dentre eles duas meninas, sabe que ainda hoje é ‘cancelado’ por milhares de pessoas pelo ocorrido e se justificou dizendo que o ato de agressão foi fruto da criação do que aprendeu na rua.
“Perfeitamente, mas a nossa criação e a criação de todo mundo, eu diria que tem coisa que não muda muito: ninguém bate em ninguém. Ninguém põe a mão em ninguém. A gente veio de uma época em que ‘bateu, levou’. Ameaçou, já foi. Sacou? Porque era rua, a gente cresceu assim”.
“Hoje, quando eu converso com as minhas filhas, elas cresceram escutando as piadinhas [sobre o episódio de agressão do pai]. Elas sempre souberam a verdade…
A criação que eu dei para elas é essa; ‘ó, para você nunca perder a razão, ninguém vai poder encostar a mão em você, mas você também não pode encostar a mão em ninguém’. É só isso. Se viver assim, todo mundo vai viver bem”.
FONTE: Portal R7