Se você for à praia de Itaparica, em Vila Velha, poderá esbarrar com um homem com uma marca de batom do lado esquerdo do rosto. Ele é Domingos Soldati, de 63 anos, mais conhecido como Beijinho, e sua mulher Olímpia Duelli Soldati, 64 anos, a Beijoca. Os dois são casados há exatamente 43 anos e seis meses.
O beijo de batom é uma marca do casal há pelo menos 20 anos e surgiu de uma brincadeira. E neste dia 13 de abril, quando é comemorado o Dia do Beijo, o Folha Vitória resolveu contar a história do casal.
“Isso surgiu meio por acaso. A gente estava na praia. Eu dei um beijo nele e ficou marcado. Domingos foi até o balcão do quiosque, e um homem se aproximou dizendo que quando ele chegasse em casa teria que se acertar com a esposa dele. Daí, Domingos disse que tinha sido eu, e sempre que ele ia à praia as pessoas perguntavam e a gente continuou a brincadeira”, lembra Olímpia.
A forma de afeto do casal mineiro, que mora há cerca de 30 anos no Espírito Santo, rendeu não só os apelidos, mas também a simpatia de outras pessoas que frequentam a praia. “Às vezes ele desce sem a marca do beijo e as pessoas perguntam o que aconteceu, se a gente brigou. O beijo é um ato de carinho. Até o nosso neto tem o maior cuidado para a marca não sair”, explicou Olímpia.
Além do beijo, o casal tem outro hábito curioso. De acordo com Olímpia, quando vão à praia, eles amarram um barbante nos dedos para não se perderem um do outro. “Esses gestos significam nossa própria vida juntos. A gente pode ter nossas divergências, mas nunca pensamos e nos separar. Temos muito carinho um pelo outro. O beijo também representa isso”, disse.
Curiosidades sobre beijo
O dia do beijo é comemorado em todo o mundo no dia 13 de abril. Não se sabe exatamente em que ano se iniciou a comemoração, mas teria sido em 1882, por conta de uma lenda italiana. De acordo com a história, nessa data, um padre teria oferecido uma recompensa a primeira mulher que não havia sido beijada por Enrique Porchelo, conhecido por beijar todas as mulheres da vila. Como ninguém apareceu, a recompensa foi enterrada em algum luar na Itália e nunca foi encontrada.
Historiadores não têm um consenso sobre quando surgiu o primeiro beijo na humanidade, mas algumas referências datam 2.500 a.C. quando algumas imagens foram esculpidas nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Na Antiguidade os homens persar trocavam beijos na boca, mas isso era uma tradição só entre as pessoas de mesmo nível social. Entre as outras classes o beijo deveria ser dado no rosto. Já na Grécia Antiga, o beijo na boca era permitido somente entre pais e filhos, irmãos ou amigos íntimos.
Na Inglaterra, no período da Renascença, o beijo na boca era uma saudação comum e ao chegar à casa de alguém era normal beijar os anfitriões, os filhos e até mesmo os animais de estimação.
Segundo a lenda, as mulheres que beijavam a estátua do soldado Guidarello Guidarelli, se casavam dentro de um ano. Hoje, a obra que fica no Museo d’Arte della Città di Ravenna, em Roma, não pode ser mais beijada.
Na Escócia, uma tradição curiosa também era mantida na antiguidade. O padre beijava os lábios da noiva no final da cerimônia de casamento. O ato significava uma benção e a felicidade conjugal dos noivos. Também era comum na festa de comemoração, a noiva beijar todos os homens na boca, que em troca davam dinheiro ao casal.