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No palco, o olhar das mulheres e a liberdade musica

Música e teatro sempre rondaram o talento de Regina Braga. No palco, estreou em 1984 Ó Abre Alas, no papel de Chiquinha Gonzaga, peça de Maria Adelaide Amaral, a partir da biografia de Edinha Diniz.

Como estudante em São Paulo, entrou para a faculdade de filosofia da USP, acompanhava artistas e músicos de outros cursos até ingressar na Escola de Arte Dramática. “Fui descobrindo minha vocação, ao mesmo tempo que tinha chance de experimentar o que a cidade tinha para oferecer.”

Esse percurso musical deságua na direção de ToTatiando (2011), com a cantora e compositora Zélia Duncan no palco em que adentra a obra do cancioneiro Luiz Tatit, acompanhada dos músicos Webster Santos e Tercio Guimarães. “Nesse caso, fizemos caminhos inversos, em que as letras do Tatit viravam textos dramáticos”, lembra ainda Regina.

Um movimento que não deixa de ser o início de uma homenagem à capital, por parte de Regina, já que muitas canções do músico foram inspiradas na vida paulistana. “São formatos que eu sempre quis fazer, às vezes experimentava, queria que as canções e as palavras se movimentassem livremente, algo sobre história e música. Agora, neste meu novo espetáculo, São Paulo é o grande protagonista.”

O apreço pela memória e pelas palavras se estenderam no monólogo dramático Desarticulaçoes (2013), da obra homônima da escritora argentina Sylvia Molloy, em projeto com parceria da diretora Isabel Teixeira. Em cena, Regina interpretava a própria Sylvia diante do sofrimento de ver a amiga, Maria Luiza, perder, pouco a pouco, a memória.

Outro monólogo que a atriz tem na manga desde 2011 e que deve voltar ao cartaz, aponta para outra mulher que vislumbrou a história do País. Um Porto Para Elizabeth Bishop, sobre a escritora americana vencedora do prêmio Pulitzer e homenageada na Flip de 2020.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.