Capa da nova edição da revista Ela, a apresentadora Fernanda Lima, abriu o jogo sobre sua segunda gravidez. Ela está à espera de uma menina, fruto da relação com Rodrigo Hilbert e já é mãe dos gêmeos, João e Francisco. Discreta em relação a vida pessoal, a apresentadora acabou revelando que não está sendo fácil gestar mais um bebê, já que sofre da mesma condição de Kate Middleton e Tatá Werneck:
“Eu tenho hiperêmese gravídica (complicação caracterizada por náuseas e vômitos). Fiquei de cama, fui para o soro… Ou seja, não sou uma pessoa que fica legal durante a gestação, sou uma mulher que fica enjoada. Quando estava esperando os gêmeos, parei de passar mal entre o quarto e o quinto mês. Nesta gravidez, vomitei até semana passada, ainda estou passando mal. Fora que, por estar mais velha, também estou um pouco mais cansada. Então, é assim: eu não tenho a mesma disposição para a vida no geral, não só para o sexo. Só não perdi a vontade de comer. Tanto que ganhei 15 quilos. Não sei o que acontece, são quatro quilos por mês, um por semana”, disse a apresentadora.
Fernanda ainda refletiu sobre como a mulher grávida é vista pela sociedade, concluindo que o assunto ainda é tabu:
“Nesses oito meses, nas poucas vezes que consegui ir à academia, apenas dois homens olharam para mim e falaram: nossa, que barriga linda! Todos os outros parecem ter medo. Neste estado, a mulher fica tão animal, tão forte, tão rica, que assusta um pouco. Toda hora eu penso na Leila Diniz (que, grávida, escandalizou a sociedade ao usar biquíni duas peças na Praia de Ipanema, em 1971). Sinto que a mulher grávida é anulada, como se falassem algo do tipo: fica aí no seu canto, faz o seu trabalho e volta depois de parir. Acho isso muito louco. Seis anos atrás, fiz um “Amor e sexo” sobre gravidez: foi, disparado, o pior ibope de toda a história do programa. O assunto ainda é um tabu, sim”, contou.
A comprovação veio dentro de casa, com o próprio marido, que só se sentiu à vontade para tocá-la na segunda gestação dela:
“Mesmo sendo um cara do mato, mais xucro, com uma relação forte com a natureza, na minha primeira gestação, o Rodrigo não queria encostar em mim… Até para sexo! Eu dizia para ele que não tinha problema, mas não adiantava. Ele tinha medo de machucar. Isso é falta de informação. Nesta segunda gravidez, ele está muito mais íntimo da minha barriga.”
Fernanda ainda reconhece que é uma mulher grávida privilegiada e que existem gestações que são fáceis e outras não, como é seu caso, mas que é preciso desromantizar a gravidez como um todo:
“Claro que tem mulher que fica muito bem e não dá para dizer que toda gravidez é complicada, que toda gravidez é chata. Mas acho que precisamos falar mais sobre quem passa por dificuldades do que romantizar a gestação, como se não fosse nada demais ficar grávida. Fala-se muito pouco sobre as mudanças físicas e hormonais. A mulher passa por um momento de solidão, porque só a gente sabe o que está sentindo. A gravidez não é doença, mas é um estado que precisa de atenção, que necessita de um olhar. Todo dia, quando vou dar uma bufadinha, penso na grávida que pega ônibus lotado e ainda tem que ouvir desaforo do chefe, porque muitas mulheres precisam trabalhar até o finalzinho. Poucas são as privilegiadas que podem fazer uma drenagem no meio da tarde e vir aqui te encontrar para um café.” concluiu.