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Príncipe William fala sobre experiência traumática durante como piloto de ambulância aérea

Apesar de ter gostado no início, quando de fato começou a fazer os resgates, ele percebeu que era uma missão muito difícil

Foto: Divulgação

Príncipe William irá estrear seu próprio podcast Prince William: Time to Talk que será lançado no dia 6 de dezembro. Segundo o Daily Mail e o Yahoo!News, no episódio da produção ele conta sobre as experiências traumáticas de trabalhar como piloto de ambulância aérea, trabalho que fez entre 2015 e 2017. William contou também de um resgate em específico que o impactou muito.

– No momento em que comecei o treinamento, percebi que era melhor do que qualquer coisa. Foi uma daquelas coisas que eu comecei e imediatamente pensei: Isso é muito legal. Eu realmente gosto disso.

Apesar de ter gostado no início, quando de fato começou a fazer os resgates, ele percebeu que era uma missão muito difícil.

– Ver pacientes e famílias dilacerados quase diariamente, ter essa rotina, você acaba adquirindo o hábito de abaixar a cabeça e seguir em frente.

Um dos resgates feito pelo Duque de Cambridge foi de uma garotinho chamado Bobby Hughes, que na época tinha cinco anos de idade. O menino havia sido atropelado, e pelo contexto contado no podcast, este parece ser o resgate que impactou o duque.

– Imediatamente ficou claro que ele estava com grandes dificuldades. Infelizmente, havia sido atropelado por um carro. E é claro que existem algumas coisas na vida que você realmente não quer ver. Tudo que importava para nós na época era ajudar esse menino. E os pais estavam muito histéricos, como você pode imaginar, estavam gritando, lamentando, sem saber o que fazer. Sabe, em uma agonia real. E isso fica com você.

O resgate em si não foi a única parte difícil, semanas depois William ainda estava impactado com a experiência.

– Isso realmente me atingiu semanas depois. Foi como se alguém tivesse colocado uma chave na fechadura e aberto algo sem eu dar permissão para isso. Eu me senti como se o mundo inteiro estivesse morrendo. É uma sensação fora do comum. Você apenas sente que todos estão com dor, todos estão sofrendo.

Segundo William, tudo estava bem na sua vida pessoal, mas ele continuava se sentindo triste e completamente mudado.

– Continuei olhando para mim mesmo, pensando: Por que estou me sentindo assim? Por que me sinto tão triste? E comecei a perceber que, na verdade, você leva para casa o trauma e a tristeza das pessoas, e isso afeta você.

A experiência marcou o membro da realeza, que precisou conversar e falar sobres os resgastes que participou para que pudesse ficar em um estado mental melhor.

– Falar sobre esses resgates definitivamente ajudou, assim como compartilhá-los com a equipe e, no final das contas, em um caso, conhecer a família e o paciente envolvido que se recuperou – não totalmente, mas se recuperou.