O projeto Mapeamento Acessa Mais, uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), encerrou sua fase de levantamento nacional com 3.498 cadastros. O trabalho, realizado por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), buscou mapear a atuação de pessoas com deficiência no campo cultural brasileiro, com vistas à elaboração de políticas públicas voltadas para esse público.
O cadastro reuniu informações sobre profissionais da cultura em todo o país, tendo como objetivo fomentar a cultura produzida por pessoas com deficiência, conhecida como Cultura DEF, e ampliar o acesso desse público ao setor cultural. Os dados coletados servirão de base para ações voltadas à formação artística, à qualificação profissional e à ampliação do mercado cultural. De acordo com Fabiano Piúba, secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, a proposta é considerar pessoas com deficiência não apenas como público, mas como agentes culturais atuantes em todas as etapas do processo artístico.
“Essas pessoas já atuam ou podem atuar como artistas, produtoras, gestoras e agentes culturais”,
destacou Piúba em matéria da Agência Gov.
Quais são os objetivos do cadastro?
Com o fim da coleta de dados, a equipe do projeto inicia a etapa de organização e qualificação das informações. A coordenadora de Acessibilidade Cultural da Sefli, Aline Zeymer, explicou que será feito um diagnóstico sobre a presença e ausência de pessoas com deficiência no setor cultural e sobre os recursos de acessibilidade existentes. Esse levantamento servirá para direcionar as próximas ações do programa. Zeymer também destacou que o papel da cultura na promoção da diversidade.
“A cultura por si só já é diversa. O respeito às diferenças vem também do respeito às diversas culturas. Além de ser um lugar onde várias identidades se encontram. Buscamos chamar a atenção que os corpos, em suas diversidades, também são territórios de expressão cultural”.
Desafios e próximas etapas
O coordenador geral do projeto, Eduardo Oliveira, conhecido como Edu O., celebrou o alcance dos cadastros realizados e ressaltou que o número demonstra a relevância de políticas públicas específicas para profissionais com deficiência no setor cultural. Ele reforçou, contudo, que o mapeamento é apenas o começo de um processo mais amplo e que ainda há muitos profissionais espalhados pelo país que precisam ser incluídos.
A próxima etapa envolve a análise detalhada das informações coletadas, considerando aspectos como regionalidade, gênero, tipos de deficiência e áreas artísticas. Os resultados dessa análise deverão subsidiar a formulação de relatórios e estratégias para o fortalecimento da inclusão cultural no Brasil.
O período de cadastramento esteve aberto entre 13 de setembro de 2024 e 21 de janeiro de 2025. Agora, a equipe de tecnologia e os pesquisadores do projeto trabalham na consolidação dos dados para traçar um panorama inicial da atuação de pessoas com deficiência no cenário cultural brasileiro.