Depois de mais de 30 anos de carreira, Elaine Rowena ganhou nesta temporada do verão europeu sua primeira música que bombou (e muito!) fora do Brasil. Uma das cantoras líricas mais famosas do Espírito Santo com repercussão, inclusive, no Sudeste, a capixaba viu “Cama de Gato”, música que ela lançou em CD gravado em 2005, ganhar remix e virar um dos maiores hits das boates, discotecas e clubes da Espanha, Portugal e Itália.
A nova versão só vai ser lançada nas plataformas digitais no dia 20 deste mês. Mas a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, já ouviu o hit em primeira mão. O trato de DJs e produtores da Europa na música deram ao ritmo batidas de house, a agitação do eletrônico e embalaram o som com outros elementos clássicos do Brasil, como, por exemplo, o samba.
“Na época em que gravei, gravei com uma escola de samba. Então isso foi mantido e, de fato, ‘Cama de Gato’ foi lançada por mim com essa característica. E ela foi mantida”, fala Elaine. E complementa: “A ideia era acoplar o ritmo brasileiro à batida house. E chegaram até mim, também, pela internet”.
“Primeira vez que tive uma música repercussão internacional desse porte. E são 30 anos de carreira”
A música, que já está tocando remixada nas principais boates dos países que recebem turistas para o verão na Europa, também vai ganhar uma segunda versão mudada. Durante o processo, Theo Pedrada, o produtor e DJ Massivedrum e a gravadora e produtora Platinas é que agiram no trabalho da capixaba.
“Ainda querem fazer um lançamento na Europa toda e pensam no público LGBTQIA+ por conta do apelo do house lá. Eles ainda farão mais um formato ‘radio edit’, outro para ser lançado nas boates e agora no dia 20 vão finalizar para inserir na plataforma”, esclarece.
“A música já está sendo tocada em boates e festas lá. E agora o lançamento será nas plataformas, porque o retorno é que as pessoas estão gostando muito, então estão pedindo para ter acesso ao remix. Eles estão super animados com o trabalho. E eu fico muito feliz com toda a repercussão que está tendo”, explica.
O sucesso de Elaine em um trabalho que não remete ao erudito, no entanto, não é surpresa nenhuma para quem já acompanha a carreira da artista. Recentemente, ela se destacou dirigindo e executando grandes musicais em Vitória: uma releitura de “Hair” e “Webber: Os Grandes Musicais da Broadway”.
Sobre a mescla, Elaine rebate: “Estou muito feliz. Penso que sempre primei na carreira o fato de estar aberta a todas as coisas novas, coisas que me agregassem. Uma vez conversando com Hermeto Paschoal, no início dos anos 2000, eu colocava para ele essa questão do ecletismo. Eu falava: ‘Será que eu só canto lírico? Ou só popular? Ou só compor?’. E ele falava: ‘Eu também sou assim. Existe muita gente que é assim. E se você se limitar, você está cortando um braço seu. Se aceite e busque sua tribo”.
“Estou sempre olhando para frente, pronta para fazer coisas novas, sempre pronta para somar à minha arte”
E finaliza: “O resumo é que estou gostando demais do resultado. O produtor é muito bom, o DJ é muito famoso, ele faz trabalho por toda a Europa, e agora com a reabertura das fronteiras, até lá internamente, a expectativa é que reverbere ainda mais o remix”.