Roberto de Carvalho, companheiro de décadas de Rita Lee, concedeu uma entrevista emocionante ao Fantástico no último domingo, dia 14. Durante a conversa, o músico revelou como foram os momentos finais ao lado da artista.
Roberto contou que, nos últimos anos da cantora, a situação foi ficando difícil.
– Medo, ansiedade, pavor. Junto com o João, meu filho, nós dois que tomamos conta da situação toda e a gente procurou se informar o máximo… Porque a gente foi jogado em um universo que a gente desconhecia.
Carvalho ainda acrescentou que a família esteve presente até os últimos minutos.
– Ela queria viver, não queria partir. Até o fim, ela nunca quis partir. Ela sempre tinha um monte de coisa. Planos de escrever, de fazer música. Eu até dizia pra ela: Eu queria até trocar de lugar com você porque você tem muito mais coisa pra fazer do que eu. Eu vou e você fica. Ela foi perdendo…a capacidade de andar, a capacidade de pensar. Entretanto, os momentos finais dela foram de uma leveza, de uma calma, de uma doçura. Nós estávamos todos juntos com ela, montamos um quarto de hospital. E a última fase na cama, ela parecia uma criancinha, um passarinho. A respiração dela foi parando… foi em paz, foi em paz.
Carreira e vida a dois
Além de dividirem uma vida juntos, Rita e Robeto também se aventuraram na carreira lado a lado.
– Um grande privilégio, um grande privilégio. E nos tornamos cara metade. Eu não posso dizer para você que a Rita e o Roberto….O Roberto é a Rita também, a Rita é o Roberto também. Em vida ou em morte. E ela continua sendo eu, explicou Roberto.
E continua:
– A gente começou a fazer as coisas juntos porque ela ouvia: O que você tocou aí? Isso é uma música, é uma música. Aí ela vinha com o caderninho, sempre rápida.
No dia 22 de maio, a última obra de Rita chegará às livrarias. Em uma autobiografia, a cantora relata como foi lidar com o câncer no pulmão e o tratamento difícil.