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"Som da Liberdade": produtora de filme polêmico distribui ingresso de graça no Brasil

Filmado em 2018, o longa conta relados de Tim Ballard, ex-agente especial de Segurança Nacional nos EUA que atuou em grupo que tinha missão de resgatar crianças de traficantes de uma rede de exploração sexual

Foto: Divulgação

A produtora americana Angel Studios, responsável pelo filme “Som da Liberdade”, está distribuindo ingressos gratuitos para brasileiros assistirem ao longa.

Favorito de nomes da direita nos EUA, incluindo o ex-presidente americano Donald Trump, o filme estreou no último dia 21 no Brasil – distribuído aqui em parceria com a produtora Brasil Paralelo.

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Geralmente, ingressos de filmes podem ser adquiridos de graça mediante a compra de outro produto ou em ações de marketing de marcas. No entanto, a produtora de “Som da Liberdade” não exige qualquer ação para que você assista ao filme; basta entrar no site e solicitar seu ingresso.

Segundo a produtora, isso é possível graças ao pagamento de outra pessoa, não especificada. 

Um anjo pagou adiantado para que você possa assistir a “Som da Liberdade” nos cinemas gratuitamente“, informa o portal ao enviar o código para o ingresso.

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Do que se trata o filme Som da Liberdade?

“Som da Liberdade” foi filmado em 2018, com financiamento de investidores mexicanos, pela pequena produtora Angel Studios. 

A trama se baseia nos relatos de Tim Ballard, ex-agente especial de Segurança Nacional nos EUA. Em 2013, Ballard liderou o “Operation Underground Railroad”, grupo que tinha a missão de resgatar crianças de traficantes de uma rede de exploração sexual.

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No entanto, o próprio Ballard foi acusado de assédio sexual. Segundo a revista Vice, ele foi acusado por sete mulheres de coagi-las a dormir na mesma cama ou a tomar banho com ele.

O ex-agente nega as acusações, mas foi afastado após investigações internas. As circunstâncias de seu afastamento não são claras.

Polêmica nos Estados Unidos

Nos EUA, o marketing do filme já começou bastante robusto: o próprio trailer do filme termina com um incentivo a pré-encomendar ingressos para “enviar a mensagem de que os filhos de Deus não estão mais à venda”.

O longa é, atualmente, o décimo de maior bilheteria do ano no país, desbancando blockbusters como os novos filmes das franquias Transformers e Velozes e Furiosos.

No último mês, a imprensa norte-americana questionou quantos desses ingressos extras estão realmente sendo usados e se eles estão crescendo excessivamente as vendas do filme. Os diretores da produtora negam que haja inflação dos números.

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Também há controvérsias relacionadas aos nomes envolvidos com o filme: o ator Jim Caviezel, que faz o papel principal do filme, e o próprio Tim Ballard estão associados ao QAnon, grupo conspiracionista de extrema-direita.

O longa se tornou querido entre nomes da direita norte-americana, como Jordan Peterson, o comentarista político Ben Shapiro e o próprio ex-presidente Donald Trump, que teria exibido o filme em seu clube de golfe.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
Produtor web
Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.