Nos últimos anos, os filmes de heróis conquistam cada vez mais fãs e batem recordes de bilheteria. Inspirados em histórias em quadrinhos, os grandes estúdios de Hollywood têm “apostado suas fichas” em obras de orçamentos milionários, elencos renomados e a junção de vários super-heróis para surpreender os espectadores.
Em 2016 já foram lançados quatro filmes do gênero: Deadpoll, Batman Vs Superman, Capitão América: Guerra Civil e X-Men: Apocalipse, todos com grande êxito nas bilheterias. E ainda estão previstos mais dois lançamentos para 2016. O aguardado Esquadrão Suicida, com previsão de estreia para 4 de agosto, e Doutor Estranho, que chega aos cinemas em 3 de novembro.
O sucesso dos filmes é tão grande que, com exceção de 2009, em todos os anos da última década uma adaptação de HQ para os cinemas figurou entre as maiores bilheterias do ano. Entre as cinco maiores de 2016, três são de adaptações em quadrinhos: Batman vs Superman: A Origem da Justiça (1); Capitão América: Guerra Civil (2) e Deadpool (4).
Para demonstrar o poder dos heróis nos cinemas, estão previstas até 2020 mais de vinte estreias do gênero. Entre elas, destacam-se os filmes solo da Mulher-Maravilha (2017), Pantera Negra (2018), The Flash (2018), Aquaman (2018) e Shazam (2019). Também estão previstos os aguardados Guardiões da Galáxia 2 (2017), Liga da Justiça: Parte 1 (2017) e Vingadores: Guerra Infinita (2018).
Qualidade
Apesar do sucesso nas bilheterias, os filmes do gênero dividem opiniões quanto a sua narrativa. Apesar de um inegável padrão técnico – devido aos orçamentos milionários –, as obras são apontadas como repetitivas em relação ao gênero, pouco fieis aos quadrinhos originais e de apenas objetivar o retorno nas bilheterias.
O cinéfilo Eurico Scaramussa, 62, ressalta que os filmes de super-heróis fazem parte de um ciclo de sucesso, e como Hollywood é uma indústria, explora o gênero até a exaustão. Para ele, como a maioria dos espectadores do gênero é formado por jovens, os filmes priorizam o que eles mais gostam: ação e humor. “O crescente reinício das franquias e as continuações desnecessárias incomodam o espectador mais exigente. Por ser um gênero com fãs ardorosos, os produtores ficam inibidos de propor soluções diferentes ou narrativas mais ousadas. Essa acomodação gera a repetição de formulas e chegará um momento em que até os fãs se cansarão”, afirma Scaramussa.
Fãs
Vitor Diniz,26, fã do gênero, afirma que os filmes de heróis possuem três grandes atrativos: tramas elaboradas com base nas HQ, grandes investimentos por parte dos estúdios -grande parte dedicada a campanhas de marketing -, e a concorrência entre as duas maiores “correntes” dos quadrinhos: a Marvel e a DC Comics. “Essa disputam tem dois grandes vencedores, os estúdios – que arrecadam milhões em bilheteria -, e o público, que pode assistir a obras visualmente espetaculares”, ressalta.
Ele ainda explica que, em razão dos filmes serem baseados em quadrinhos e personagens conhecidos, o filme pode gerar expectativas variadas, tanto para os fãs dos heróis, como no espectador comum. “Para o fã que acompanha seu herói favorito há vários anos, talvez aconteça uma quebra de expectativa ao ver na telona uma história modificada.Já em um espectador pouco habituado ao universo dos super-heróis, ele pode não entender uma obra repleta de referências”, esclarece Diniz.
Jacqueline Regatieri, 26, se declara uma grande fã dos filmes de super-heróis. Ela afirma aguardar ansiosamente o lançamento dos dois próximos filmes do gênero. “Não vejo a hora de assistir a Doutor Estranho e O Esquadrão Suicida. Já vi todos os filmes de heróis lançados este ano. Minhas expectativas são grandes por dois motivos: conheço pouco de suas histórias e os elencos são fantásticos, conclui.