Sem papas na língua, Taís Araújo desabafou que precisou mudar a sua atitude para lidar com o racismo. Na última terça-feira, dia 2, a atriz participou do podcast Quem Pode, Pod e revelou que ouve comentários sobre ser metida desde criança, mas, na verdade, o seu comportamento é proposital pois, segundo ela, se não se impusesse, seria atropelada por todo mundo.
– Escuto isso, sei lá, desde que saí da maternidade. As pessoas falam: Nossa, que garota metida. Desde sempre! Na minha infância e adolescência, fatalmente tive que levantar meu nariz ou seria atropelada. Eu fui criada num lugar muito branco e muito de elite. Se eu não me impusesse, seria atropelada por todo mundo e não estava a fim de ser atropelada por ninguém.
Em conversa com Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme, a artista ainda relatou um caso de racismo de um colega de trabalho da TV Globo.
– Uma vez, um ator da Globo falou para mim: Engraçado, eu não conheço nenhum negro bem-sucedido que não seja prepotente e arrogante, relembrou.
E a sua resposta foi:
– Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Será que é você que não está acostumado a ver negros em lugares de poder e só entende negros em lugar de subserviência e se não for assim, acha que é prepotência?. Ele não teve resposta. Eu lembro muito bem. Estava trancada dentro de um carro com ele fazendo uma cena.
Taís é casada com Lázaro Ramos há 18 anos e comentou sobre a motivação de estarem juntos.
– A responsabilidade existe. O tempo inteiro eu boto meu casamento à prova no sentido de me perguntar: A gente está aqui porque se ama ou porque tem uma expectativa gigante das pessoas para que isso dê certo? O tempo inteiro eu me pergunto isso. […] Estou aqui porque eu amo esse homem, porque faz muito sentido, porque não me imagino vivendo sem ele. Hoje eu não me imagino, pode ser que daqui a pouco eu me imagine, mas hoje não. Hoje meu casamento faz todo sentido, estar com ele, planejar e transar com ele faz todo sentido.